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Política

Bolsonaristas alugam banheiros, gerador e fazem churrasco em frente ao CMO

Apoiadores do presidente garantem que estrutura para o protesto é financiada por empresários

Jhefferson Gamarra e Ana Beatriz Rodrigues | 01/11/2022 16:25
Doado por empresários, bolsonaristas fazem churrasco em frente ao quartel do Exército, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Doado por empresários, bolsonaristas fazem churrasco em frente ao quartel do Exército, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) continuam com a estrutura no acampamento montado em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande, para protestar contra o resultado das eleições, que definiu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como novo presidente do Brasil.

Os participantes do ato revelam que os custos do acampamento são financiados por ruralistas, empresários e “patriotas”, que inclui três refeições diárias, churrasco, fardos de água e refrigerante, instalação de gerador de energia, aluguel de banheiros químicos, tendas e até um guindaste usado para hastear a bandeira do Brasil.

Cobertura de banheiros químicos instalados no canteiro da Avenida Duque de Caxias (Foto: Paulo Francis)
Cobertura de banheiros químicos instalados no canteiro da Avenida Duque de Caxias (Foto: Paulo Francis)

“Foi tudo doação e arrecadação. Desde ontem estávamos arrecadando recursos para ajudar os motoristas de caminhão nas BRs, mas como eles dispersaram utilizamos aqui. Tem vários empresários, pecuaristas e patriotas ajudando, não é um financiamento de alguma pessoa especifica”, relatou o empresário Rodrigo Lins, 39 anos.

Motorista Claudio Roberto Moreira, 52 anos, participante do movimento, conta que almoçou no local, que oferece toda a estrutura necessária para a permanência de todos. “Fiquei sabendo pelas redes sociais, fiquei até o final da noite de ontem e voltei hoje de manhã. Almocei marmita, a alimentação está tranquila, deram almoço, café da manhã e até lanche. Os patriotas não aceitam ser governados por comunistas e não acredito no resultado, pois foram fraudadas”, acusa.

Bolsonaristas fecham duas das três faixas da Avenida Duque de Caixas: autoridades ignoram o protesto.  (Foto: Paulo Francis)
Bolsonaristas fecham duas das três faixas da Avenida Duque de Caixas: autoridades ignoram o protesto. (Foto: Paulo Francis)

Apesar da presença da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), o trânsito no local foi bloqueado com pneus colocados pelos manifestantes, que fazem o controle e organização do tráfego, ignorando o órgão da Prefeitura. Apenas a faixa destinada aos ônibus foi liberada para os carros.

Além de barracas, o canteiro da Avenida Duque de Caxias foi tomado por veículos estacionados. Ruas no entorno do CMO também estão sendo usadas como estacionamento pelos manifestantes.

Além de ter entre seus membros gente que defende o fechamento do Congresso e do STF, participantes do movimento dizem que seus principais objetivos são: “a contagem pública de votos” e "o extermínio da esquerda", sem explicar como isso poderia ser feito. O grupo conta com apoio de parlamentares de Mato Grosso do Sul alinhados ao governo Bolsonaro, como os deputados João Henrique Catam (PL), Evander Vendramini (PP), Renan Contar (PRTB) que perdeu a eleição para o governo e o deputado federal eleito Marcos Pollon (PL).

Movimentação de manifestantes em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO) (Foto: Paulo Francis)
Movimentação de manifestantes em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO) (Foto: Paulo Francis)


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