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Política

Contra “trem do atraso” nas pesquisas, ministro espera por choque de realidade

Carlos Marun afirma que apenas candidatos que não mentirem vão prosperar junto ao crivo do eleitor e critica falta de discussão sobre o cenário do país

Humberto Marques e Anahi Gurgel | 04/05/2018 16:15
Marun afirma que há presidenciáveis "enganando a população". (Foto: Paulo Francis)
Marun afirma que há presidenciáveis "enganando a população". (Foto: Paulo Francis)

O ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, criticou nesta sexta-feira (4), em Campo Grande, o “trem do atraso” representado nas pesquisas de intenção de voto para a Presidênica da República, nas quais afirma enxergar nas primeiras posições apenas “candidatos enganando a população”. Segundo ele, muitos nomes que almejam o Palácio do Planalto têm se aproveitado da repercussão negativa de medidas do governo para angariarem a simpatia do eleitorado.

“É um trem do atraso: só vemos candidatos enganando a população”, afirmou, ao defender na sequência uma espécie de “choque de realidade”, no país. “Hoje a pauta é nossa (do governo). Vejo muito candidato surfando nessa blindagem negativa que fizeram em relação ao governo. Espero que a população acorde”, afirmou Marun, considerando que, no processo eleitoral, “o que vai prevalecer são os candidatos que não mentem”.

Marun fez os comentários na sede da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil-Seccional de Mato Grosso do Sul), onde participa de seminário que discute a Lei de Licitações, realizado um dia depois de levantamento divulgado pela Paraná Pesquisas apontar um cenário eleitoral no qual o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando citado, lideram a preferência dos eleitores, seguidos pela ex-senadora Marina Silva (Rede) e Joaquim Barbosa (PSB), ex-ministro do Supremo Tribunal Federal.

O presidente Michel Temer (MDB) figura com menos de 2% nos cenários apurados pelo instituto. Nesta sexta, outro levantamento do Paraná Pesquisas colocou o Temer e Lula como os políticos menos confiáveis para os brasileiros.

Fotografia – Nesta sexta-feira, Temer anunciou algumas medidas que visam a aquecer o mercado de trabalho, como a liberação de recursos da Caixa Econômica Federal para a construção de moradias e repasses aos municípios via FPM (Fundo de Participação dos Municípios) para garantir a contratação de empréstimos –algo que também aqueceria a construção civil por meio de obras.

Marun afirma que estas e outras ações se tornaram necessárias diante do cenário administrativo negativo recebido por Temer. “Minha mãe dizia: paciente, se não segue a receita do médico, não pode reclamar da doença. O mesmo aconteceu com o governo brasileiro, que apresentou uma receita e não a seguiu”, afirmou, referindo-se por exemplo à Previdência Social, cuja proposta de reforma patinou no Congresso e não foi aprovada, forçando o governo a cobrir um deficit no setor “de R$ 1 bilhão por dia”.

“É óbvio que isso, hoje, dificulta investimentos”, destacou o ministro. Segundo ele, a fotografia apresentada hoje do país “é muito bonita, dizendo que ineditamente não temos inflação, que os juros estão baixos. Mas quem vai investir no risco, no estabelecimento da indústria, tem de ir além desse retrato e ter uma visão de futuro”.

Ainda conforme Marun, os candidatos à Presidência da República não falam dessa questão “porque não sabem, não tem o que dizer. E isso, com certeza, retrai investimentos, tem um preço”.

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