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Política

De olho em sucessão, Haddad visita MS por mobilização pró-Lula

Rafael Ribeiro | 31/08/2017 22:22
Fernando Haddad conversou em evento na Fetems nesta quinta-feira (Foto: João Paulo Gonçalves)
Fernando Haddad conversou em evento na Fetems nesta quinta-feira (Foto: João Paulo Gonçalves)

De olho na eleição presidencial de 2018 e no papel que a agora de novo oposição terá no pleito que decidirá o sucessor de Michel Temer (MDB), o ex-prefeito de São Paulo (SP), Fernando Haddad (PT) visitou Campo Grande nesta quinta-feira (31) buscando mobilização entre a militância para o pleito que se aproxima.

Oficialmente, a visita de Haddad teve como objetivo divulgar o livro "Comentários de uma Sentença Anunciada", em que ele e outros mais de 100 autores, a maioria juristas partidários do ex-presidente Luiz Inácio da Lula Silva (PT), comentam a condenação do líder petista pelo juiz Sérgio Moro em consequência das investigações da Operação Lava-Jato da Polícia Federal.

O livro, lançado oficialmente no Estado nesta noite, também contém análises sobre o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Haddad iniciou sua agenda campo-grandense pela manhã, onde foi condecorado com o título de visita ilustre na Câmara dos Vereadores.

A tarde, o também ex-ministro da Educação na gestão Lula participou de debates na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), onde o tom político do discurso se elevou.

Mas foi na Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado), com presença de lideranças importantes do PT local e lideranças sindicais estaduais, que Haddad elevou o tom de campanha.

Definindo o governo Temer como "inimigo", o ex-prefeito paulistano foi duro em seu discurso nas críticas até ao próprio partido e analisou que as eleições servirão "para colocar as peças da esquerda de volta ao tabuleiro."

Público acompanhou evento com a presença do ex-ministro da Educação
Público acompanhou evento com a presença do ex-ministro da Educação
Haddad também é ex-prefeito de São Paulo (Fotos: João Paulo Gonçalves)
Haddad também é ex-prefeito de São Paulo (Fotos: João Paulo Gonçalves)

"Sofri o diabo na eleição para a prefeitura (Haddad concorreu a reeleição e perdeu para João Dória, PSDB, em São Paulo). Era Lula acusado, Dilma caçada. Não tinha clima. A coisa melhorou de um ano para cá. E vai melhorar mais ainda. As pessoas estarão mais abertas ao diálogo", disse.

Para Haddad, a militância precisa optar pelo diálogo para pelo menos "levar o PT ao segundo turno." "É preciso resgatar os motivos que fizeram com que a população votasse na gente quatro vezes. Precisamos relembrar o que fizemos e comparar com certas barbaridades que estão acontecendo", disse.

O ex-ministro sacramenta que há um ano da eleição "nada está definido" é que o jogo político e abre espaço para "que aconteça coisas imponderáveis."

"Vejam a opção Bolsonaro (Jair, deputado carioca presidenciável com discurso de extrema direita). Há uns anos era inimaginável uma pessoa com defeitos intelectuais almejar o posto. O quão doente está a sociedade para ver nele algum apelo? Achar que é alternativa a algo? Somente muita conversa será possível com que as pessoas tenham uma decisão racional para o futuro de nosso País", apontou.

Haddad pondera apenas quando a questão envolve o líder petista. Apontado pelo próprio Lula como opção,o ex-ministro admite que a presença do ex-presidente não é certa nas eleições.

"A aposta Temer não tem dado certo. Mas nós não sabemos se teremos o Lula. Nossa aposta pode também não ser a certa. O sucesso das caravanas no Nordeste (Lula vem fazendo campanha em comícios organizados pelo PT em locais onde o ex-presidente tem imensa popularidade) nos deixa com medo de que ele tenha direito ao seu julgamento limpo", analisou, recusando-se a se colocar como alternativa petista ao pleito.

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