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Política

Derrota de parentes indica que clãs políticos já não têm mais tanta força

Ricardo Campos Jr. | 05/10/2016 15:44
Genro de ex-deputado e marido de deputada; na visão de cientista político, foi pouco para Shao (Foto: Reprodução / Facebook)
Genro de ex-deputado e marido de deputada; na visão de cientista político, foi pouco para Shao (Foto: Reprodução / Facebook)
Filho de Pedro Pedrossian perdeu nas eleições para prefeito (Foto: Alcides Neto)
Filho de Pedro Pedrossian perdeu nas eleições para prefeito (Foto: Alcides Neto)
João Henrique, neto do ex-governador Marcelo Miranda (Foto: reprodução / Facebook)
João Henrique, neto do ex-governador Marcelo Miranda (Foto: reprodução / Facebook)

Ter nomes de parentes conhecidos no cenário político no currículo não foi suficiente para eleger pelo menos seis candidatos em Campo Grande. Desses, somente Otávio Trad (PTB) conseguiu entrar no Legislativo e mesmo assim por pouco, com 2.383 votos, terceiro menor índice entre os eleitos. Para o sociólogo Paulo Cabral, o resultado do pleito mostra que há uma mudança, ainda que tênue, na força das oligarquias na Capital.

Ele analisou caso a caso. Primeiramente, Herlon Zaparoli, o Shao, que de acordo com o sociólogo tem no currículo o fato de ser marido da Grazielle Machado (PR) e genro do ex-deputado estadual Londres Machado (PR). O que, na visão de Cabral, foi insuficiente.

No caso de Pedrossian Filho (PMB), que perdeu na disputa pela prefeitura, já teve atuação política como deputado federal, “mas nunca deu conta de atuar com brilhantismo. A imagem paterna ainda ofusca algum mérito pessoal que ele pudesse ter”, pontua. Além disso, o sociólogo acredita que ele se candidatou mesmo sabendo que seria derrotado para ventilar o nome e concorrer para a Assembleia Legislativa em 2018.

Já o sobrinho de Zeca do PT, Marcelo Heitor dos Santos (PCdoB), não tem histórico de militância como o tio e tampouco havia exercido cargo político. Sua notoriedade advém dos contrapontos e provocações que ele fez pelas redes sociais. “Não tem sustância”, avalia Paulo Cabral.

Kiko Pedra (PP) é filho de Paulo Pedra e se candidatou para tentar manter a família no Legislativo, já que o pai foi impedido de concorrer por ter sido cassado pela Justiça. Por fim, João Henrique Miranda Soares Catan, neto do ex-governador Marcelo Miranda, que conseguiu mais votos que Otávio Trad, mas não entrou por conta do coeficiente partidário. “Não foi ruim, considerando que é novo”, avalia Paulo Cabral.

Por outro lado, o sociólogo destaca a eleição, e com votação expressiva, do filho do juiz Odilon de Oliveira, filiado ao PDT.

“Qual o currículo que ele apresentava? Ser filho de juiz. Se por um lado filhos ou parentes de políticos não se elegeram, o filho do juiz entrou. Talvez os parentes de políticos não estejam em cima, mas de juiz esteja”, diz Cabral.

O sociólogo diz que não é possível afirmar que a força oligárquica, ou seja, nas mãos de poucos, como famílias e determinados grupos, esteja acabada, mas a eleição pode sinalizar um início de enfraquecimento.

Cabral, então, fala em três possibilidades para avaliar o cenário. “O fato de terem esse capital político do parente não foi suficiente. Ou o capital político não está tão grande como eles supunham, ou os nomes estão ainda verdes para alcançar um resultado melhor, ou os eleitores estão examinando mais e não se deixando influenciar tanto por essa carga familiar”, conclui.

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