Diretor do HU admite não cumprir metas e alega dificuldades
Em depoimento à CPI da Saúde, na Assembleia Legislativa, o diretor-geral do HU (Hospital Universitário) de Dourados, Edson Desiderio Fernandes, admitiu, nesta segunda-feira (30), não cumprir algumas metas na instituição de saúde e atribuiu o problema a dificuldades enfrentadas no decorrer da administração.
“É claro que tem metas que não conseguimos cumprir”, reconheceu Fernandes, fazendo menção a construção de ala especializada para atender as mulheres. Desde 2011, o HU planeja o setor e chegou a ganhar recursos do Ministério da Saúde para colocar o projeto em prática.
O plano, inicialmente, era pleitear R$ 3,5 milhões. “Conseguimos financiamento de leitos e a previsão de gastos baixou para R$ 2,8 milhões”, relatou o diretor-geral. Esse tramite de busca de recursos, segundo ele, durou um ano. “Depois, esperamos mais um ano para a vigilância sanitária concluir fiscalização”, acrescentou.
Na sequência, ainda de acordo com Fernandes, o Ministério da Saúde fez algumas readequações no projeto. “Estamos na terceira planilha e vamos precisar abrir nova licitar para tentar concluir a obra ainda esse ano, mas os recursos estão assegurados até 2014”, informou.
Sobre ala para atender renais crônicos, o diretor-geral do HU frisou não ser “uma obrigação” do hospital. “É claro que entendemos a importância do setor”, amenizou. Conforme ele, projeto para abrir o espaço existe e estima investimentos de R$ 4 milhões. “Não temos recursos, estamos de mãos atadas”, explicou.
Ainda para reforçar as dificuldades em cumprir as metas, Fernandes relatou a falta de médicos especialistas. “Não temos dermatologista, neurologista, nem gastro”, detalhou. “Recentemente, perdemos dois ortopedistas”, completou. Ele disse ainda que, quando assumiu a direção do hospital, Dourados não tinha prefeito, nem secretário de Saúde.
Além do diretor do HU, os deputados ouvem hoje a presidente do Coren (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Amarilis Pereira Amaral Scudellari. “Queremos que ela aponte as dificuldades que os enfermeiros precisam lidar no dia a dia nas unidades de saúde”, enfatizou o presidente da CPI, deputado estadual Amarildo Cruz (PT).