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Política

Dirigente de entidade de delegados espera "efeito Lava Jato" na eleição

Edivandir Felix de Paiva participa de evento sobre o assunto nesta sexta-feira

Mayara Bueno | 28/09/2018 09:38
Presidente nacional (Foto: Mayara Bueno).
Presidente nacional (Foto: Mayara Bueno).

Com a abrangência da Operação Lava Jato em âmbito nacional nos últimos tempos, a expectativa é que os resultados da investigação tenha reflexo nas eleições 2018. Esta é avaliação do presidente da Associação Nacional de Delegados da PF (Polícia Federal), Edivandir Felix de Paiva, que está em Campo Grande, nesta sexta-feira (dia 28), para uma palestra sobre o assunto.

“Nós só vamos saber depois do dia 7 de outubro [dia da eleição], qual foi o peso das investigações na decisão do povo na hora de votar”. Contudo, afirma, a expectativa é que os votos, a partir de agora, sejam mais conscientes e que o envolvimento de políticos com a corrupção, divulgado amplamente, tenha um peso importante.

“A colaboração premiada é um instrumento jurídico e técnico, que foi parar nas casas das pessoas mais humildes do País. A gente espera que todas essas lições da Lava Jato e de outras grandes operações tenham sido absorvidas pela população”.

A Lava Jato é a maior operação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da história do Brasil. Iniciada em 2014, a ação apontou irregularidades no Poder Público na execução de contratos de grandes valores. Já foram cumpridos mais de mil mandados de busca e apreensão, além pelo menos 100 pessoas presas e condenadas.

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres públicos esteja na “casa de bilhões de reais”. Além disso, colocou em xeque a atuação de políticos em esquema de corrupção.

Delações - Edivandir também explicou a importância, quase que central, da colaboração premiada no desmantelamento de organizações criminosas. Fora do âmbito político, o delegado deu como exemplo tráfico de drogas, no qual é mais interessante descobrir quem enrique e comanda o esquema, do que quem transporta a droga.

“E quem tem essas informações é quem está faz parte da organização criminosa. Dados que não são obtidos por meios normais. Quem iria saber quais eram os políticos que estavam recebendo da Odebretch? Só gente de dentro da empresa”.

Segundo o dirigente, muito do que foi descoberto na Lava Jato só foi possível com as colaborações. “Porque eram pessoas poderosas, com poder político e econômico, que as nossas atividades ordinárias não estavam conseguindo chegar, por isso é tão importante. A Lava Jato jamais teria chegado as pessoas que ela chegou, ao centro do poder, se não fosse a colaboração”.

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