Eleitor só prestou atenção ao programa de prefeito na TV

Após quase dois meses de propaganda eleitoral em rádios e emissoras de televisão, o espaço para os candidatos a prefeito e vereadores apresentarem as propostas de candidatura termina nesta quinta-feira (4).
Nas ruas, a opinião comum entre os eleitores é que o programa político, transmitido duas vezes ao dia, serviu mais para conhecer o perfil dos sete candidatos a administração da Capital no próximo ano, enquanto o voto dos parlamentares vai para algum candidato “amigo”.
“No horário eleitoral conheci melhor o histórico político do candidato e isso foi importante para eu decidir o meu voto para prefeito. Para vereador, vou votar pela amizade”, conta o açougueiro Fábio dos Santos, 33 anos.
O mesmo aconteceu com a estudante Loisa do Nascimento Lopez, 17 anos, que nesta eleição vota pela primeira vez. Ela afirma que os discursos a ajudaram a decidir para quem votar para prefeito, pois o voto para vereador também já estava certo. “Mas tem que ter um olhar crítico”, alerta a jovem.
Apesar de morar em Campo Grande, o agricultor Francisco Corrêa de Menezes, 68 anos, vota em Sidrolândia, mas diz que acompanhou todo o programa eleitoral e já teria o voto decidido para prefeito. “A gente tem que observar os detalhes dos discursos, porque eles falam muito e tudo igual”, critica. Já para vereador, o voto também seria para alguém que ele já conhece.

A estudante Franciely Alves de Souza, 25 anos, até acha importante o programa eleitoral para avaliar as propostas dos candidatos, mas afirma que não influenciou no voto dela. “Acho que é questão de maturidade, quando comecei a votar, nem gostava de assistir, hoje eu sei que é necessário”, pontua.
Mas nem todos enxergam o horário eleitoral como um espaço para os candidatos mostrarem com seriedade as propostas. “É muito personagem que aparece, o cara veste uma fantasia, o marqueteiro do partido arruma o discurso, o cara decora e vai lá falar. Assim é fácil, qualquer um se candidata, virou palhaçada”, critica o estudante Paulo Henrique Rodrigues Lima, 19 anos.
E ele não é o único desanimado com o cenário política atual. O aposentado Enoch Bezerra, 78 anos, não é mais obrigado a votar e há anos aproveita o direito que a idade lhe deu. "Não me sinto motivado com esses candidatos", diz, de forma bem direta e sincera.