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Política

Em ano de pandemia, eleição teve pouco movimento e abstenção recorde nas urnas

Com as complicação da covid-19, eleição mudou de data e campanha foi "atípica" para candidatos

Leonardo Rocha | 29/12/2020 20:51
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Eleitora indo votar em sessão eleitoral em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami - Arquivo)
Eleitora indo votar em sessão eleitoral em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami - Arquivo)

Em ano marcado pela pandemia do coronavírus, as eleições municipais também sofreram as consequências desta calamidade pública, com pouco movimento nas ruas durante a campanha e muito temor dos eleitores de irem às urnas, apesar da mudança da data para 15 de novembro. A abstenção chegou a 25,14% em Campo Grande, a maior em 24 anos.

Este temor de votar e se contaminar com a covid-19 fez com que a Justiça Eleitoral montasse um aparato de proteção, que incluía mesários com máscaras, sessões dispondo de álcool em gel e marcador de distância nas filas. A campanha também foi modificada, sem realizações de comícios, um único debate com os candidatos a prefeito (Capital) e poucas carreatas e bandeiradas nas ruas.

Até a presença na área central e nas feiras livre foi “discreta”, com movimentação bem abaixo dos pleitos anteriores. O tempo de campanha também foi curto de 27 de setembro a 14 de novembro. As maiores movimentações ocorreram nos comitês e nas convenções entre os filiados e candidatos.

Outro espaço – As redes sociais ganharam mais espaço para vídeos, mensagens e propostas dos candidatos, já que o programa na TV se limitou a 10 minutos diários. As reclamações maiores foram sobre “calúnias” e “ataques” entre os candidatos pela internet, que rendeu várias punições e multas da Justiça Eleitoral. As lideranças (políticas) descreveram a campanha como “morna” e “atípica” pelo contato reduzido com o eleitor.

A única ação que foi mantida na Capital foi às reuniões nos bairros, em que os candidatos a prefeito e vereador montavam o “pequeno palanque”, usando máscaras e separando as cadeiras dos eleitores. As caminhadas também ficaram, porém sem tantos integrantes.

Prefeito Marquinhos Trad (PSD) em discurso na sede do TRE-MS (Foto: Henrique Kawaminami - Arquivo)
Prefeito Marquinhos Trad (PSD) em discurso na sede do TRE-MS (Foto: Henrique Kawaminami - Arquivo)

Eleitos – Nas principais cidades do Estado manteve a lógica da reeleição com as vitórias de Marquinhos Trad (PSD) em Campo Grande, Ângelo Guerreiro (PSDB) em Três Lagoas, Marcelo Iunes (PSDB) na cidade de Corumbá e Hélio Peluffo (PSDB) em Ponta Porã. A novidade ficou para Dourados, que teve Alan Guedes (PP) eleito prefeito, vencendo o favorito ao pleito, o deputado José Carlos Barbosa (DEM).

O fato de maior comoção ocorreu em Naviraí, quando o candidato a prefeito e deputado estadual Onevan de Matos (PSDB) faleceu faltando dois dias para eleição, em função de complicações da covid-19. Na véspera do pleito sua filha Rhaiza Matos (PSDB) assumiu a campanha e foi eleita prefeita.

Já no âmbito estadual o PSDB continuou sendo o partido com maior número de prefeitos, chegando a 37 eleitos. Depois aparece o DEM com 15, seguido por MDB com 9, PSD tendo 4, Patriotas e PP com três. Já o PT e PSL que travaram uma disputa nacional em 2018, não elegeram nenhum prefeito em Mato Grosso do Sul.

Vereadores de Campo Grande diplomados no TRE-MS (Foto: Divulgação)
Vereadores de Campo Grande diplomados no TRE-MS (Foto: Divulgação)

Renovação – Além da reeleição de Marquinhos Trad (PSD) com 59% dos votos, outro destaque em Campo Grande foi novamente a ampla renovação da Câmara Municipal, que teve apenas 11 vereadores reeleitos, com 15 novatos e três políticos que vão retornar para o Legislativo.

A renovação mostra mudança de 62% dos vereadores para próxima gestão, mostrando que a população segue a mesma fórmula da eleição anterior de 2016, quando teve uma troca com o mesmo percentual (62%) no legislativo municipal. Entre os destaques aparece o ex-policial civil Tiago Vargas (PSD) que foi o mais votado do pleito.

Última hora – A eleição na Capital não acabou quando abriram as urnas, já que a lista dos 29 vereadores só foi fechada no dia 16 de dezembro, no dia da diplomação, quando o candidato Delei Pinheiro (PSD) conseguiu reverter a decisão na Justiça e “validar” seus votos no pleito, sendo assim eleito e retirando a cadeira de Dharleng Campos (MDB).

Dharleng recorreu da decisão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e espera retomar o cargo. Outra ação corre na Justiça Eleitoral da Capital, que é a tentativa do suplente do PDT, Roberto Mateus, de ficar com a vaga do eleito, Marcos Tabosa (PDT). O candidato alega que o colega de partido não se desvinculou da presidência do Sisem (Sindicato dos Servidores Campo Grande). Os dois aguardam sentença.

A conta chegou? – Apesar da movimentação nas ruas e eventos terem sido reduzidos nesta campanha eleitoral, no final de novembro os casos de covid-19 aumentaram em Mato Grosso do Sul, com ampliação de mortes e leitos ocupados nos hospitais. As autoridades de saúde alegam que além das festas e “relaxamento” da população, as eleições também contribuíram para este cenário.

Eleitora assinando ficha na sala de votação em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami - Arquivo)
Eleitora assinando ficha na sala de votação em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami - Arquivo)


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