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Política

Enquanto lei quer censurar, mercado de sex shop cresce

Redação | 13/01/2010 08:39

A polêmica criada pela Câmara Municipal de Campo Grande com o projeto de lei "anti-pornografia" não afeta o movimento nos sex shop da Capital. Enquanto os vereadores querem censurar a divulgação pública desse tipo de comércio, o mercado parece cada vez mais promissor.

O setor cresce visivelmente, com novas fachadas e vitrines aparecendo a cada dia na cidade, com direito a box até na Feira Central de Campo Grande.

O projeto proposto pelo vereador Paulo Siufi (PMDB) diz que estabelecimentos que exibem e comercializam produtos e materiais eróticos e pornográficos deverão adotar medidas para restringir à visualização dos mesmos.

Revistas pornográficas também ficariam com as capas encobertas nas prateleiras das bancas. A restrição atingiria, inclusive, outdoors, banners, faixas, cartazes e até cinemas.

A gerente da Labareda Sex Shop, Karina Brum, 30 anos, diz que a recente polêmica aumentou a clientela, que procurou a loja para matar a curiosidade sobre os produtos.

"O fato de os vereadores terem divulgado este assunto lotou a loja. Pelo visto, a medida não foi tão popular quanto se pensou. Tem dia que saímos daqui após as 22h, tamanho o movimento", comenta.

Mesmo assim, Karina concorda em alguns pontos da lei e que deve existir reserva na publicidade. "Tem de ser usar uma linguagem sutil, subliminar", comenta a gerente da loja que espalhou outdoors pela cidade com a divulgação do sex shop, com imagens bem humoradas que sugerem a fantasia entre casais.

Ela conta que a loja não veicula outdoors com mulheres nuas, mas um "tipo mais engraçado", com algumas aves fantasiadas.

"Mesmo assim, não é apenas este segmento que faz este tipo de publicidade, e as companhias de cerveja, por exemplo?", reclama.

Pornografia - A costureira Maria Guilhermina Shimabukuro, 63 anos, acha que não se pode proibir nenhum tipo de publicidade com contexto erótico, "A TV já mostra tudo isso, até coisa pior, para que tirar?", questiona.

A loja que teria sido um dos motivos para a lei anti-pornografia, a Afrodite Sex Shop, com seu outdoor de uma mamãe Noel mais ousada, também tem aumentado o número de clientes, diz a proprietária, Josi Braga, de 25 anos.

Josi diz que vários clientes ficaram indignados com a questão levantada pelos vereadores e que "há outras coisas para eles se preocuparem".

A proibição quanto às vitrines, para Josi não tem lógica. "As lojas de roupas não têm? Não temos nada escandaloso na vitrine".

A empresária comenta que o público é na maioria casais e que o maior movimento é durante o fim do ano e o Dia dos Namorados.

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