ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 15º

Política

Entrada da ALL no setor da mineração é elogida por Delcídio no Senado

Edmir Conceição | 20/12/2011 17:35
Senador Delcídio do Amaral (PT-MS), em reunião da CAE.
Senador Delcídio do Amaral (PT-MS), em reunião da CAE.

O anúncio da participação da ALL (América Latina Logística) na exploração de minério do maciço de Urucum em Corumbá repercutiu no Senado. O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Delcídio do Amaral (PT/MS), acredita que os investimentos de R$ 7,6 bilhões anunciados pela América Latina Logística (ALL), e os grupos Vetorial e Triunfo para ampliar a atividades mineradora e melhorar a capacidade de escoamento da produção do maciço de Urucum, em Corumbá, vao alavancar o desenvolvimento de todo o Mato Grosso do Sul.

“É a concretização de um projeto para o qual vinhamos trabalhando há muito tempo. Vai ser aumentada a produção da mina e praticamente dobrada a velocidade dos trens no ramal ferroviário que liga Corumbá e Ladário até Bauru e de lá até o Porto de Santos (SP), com a substituição de 3 milhões de dormentes e a compra de milhares de novos vagões e centenas de locomotivas.

São investimentos que vão gerar empregos e riquezas não só na fronteira com a Bolívia, mas que terá reflexos em todas as regiões do estado. E é bom lembrar que, atrás disso vem a viabilização de um sonho de todos os sul-mato-grossenses que é a volta do Trem do Pantanal, de Corumbá a Campo Grande”, afirmoui o senador nesta terça-feira, 20 de dezembro, durante audiência pública da CAE, da qual participou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Na audiência, Tombini expôs a situação da economia brasileira, comparando-a com as economias americana, chinesa e a dos países da comunidade econômica européia.

“O presidente do BC mostrou que, sem dúvida alguma, o Brasil hoje dispõe de mecanismos econômicos suficientes para fazer frente a crise financeira internacional. As perspectivas são muito boas, porque temos mecanismos para manter o pais crescendo. Pelo números apresentados, em 2012 teremos um crescimento maior que o desse ano, que deve ficar em torno de 3%. É uma bela notícia porque o crescimento traz geração de emprego, a ascensão de um maior número de brasileiros a classe média, o que é fundamental porque significa a redução da pobreza. Esse é um compromisso que nós temos - a inflação sob controle, com uma tendência natural dos índices caírem no ano que vem, se aproximando do centro da meta de 4,5%", analisou Delcídio.

Vetria – Em comunicado feito a Comissão de Valores Mobiliários da Bolsa de Valores de São Paulo, a ALL anunciou a união com os grupos Triunfo Participações e Investimentos e Vetorial Mineração, para criar a Vetria Mineração, que vai extrair, transportar e comercializar minério de ferro do Maciço do Urucum, em Corumbá, e transportá-lo até o Porto de Santos (SP) , de onde seguirá para exportação.

De acordo com o comunicado, a Vetria surge como uma mina operacional com capacidade para negociar 27,5 milhões de toneladas por ano e terá garantido por contrato de longo prazo o escoamento ferroviário da produção até Santos, além da exportação por um terminal portuário próprio. O executivo Alexandre Santoro será o presidente da nova companhia . O mercado alvo para venda do minério será a Ásia, sobretudo China, Japão e Coreia, e a Europa.

"A Vetria foi concebida com ativos que incluem o terminal portuário, a mina, as locomotivas e vagões e contrato de longo prazo [de 30 anos] para escoamento da produção, o que garante uma capacidade de 27,5 milhões de toneladas/ano", disse Paulo Luiz de Araújo Basílio, presidente da ALL.

Basílio explicou que a Vetria vai investir cerca de R$ 1,1 bilhão na expansão de capacidade da mina, hoje de 1 milhão de toneladas, para 20 milhões de toneladas anuais, em uma primeira etapa. Aproximadamente R$ 2,2 bilhões vão para revitalização da ferrovia (um trecho de cerca de 1.800 quilômetros). Além disso, R$ 2,3 bilhões serão gastos em aquisições de material rodante - 5.600 vagões e 180 locomotivas, e na substituição de 3 milhões de unidades de dormentes de madeira por ferro. Para completar, R$ 2 bilhões serão aplicados na construção de um terminal portuário em Santos, localizado na margem esquerda do porto, projetado para ter capacidade estática de 1,3 milhão de toneladas de minério de ferro.

De acordo com a direção da nova empresa, a região de Corumbá, onde a mina está localizada, é pouco explorada economicamente por não ter opção logística para o escoamento do minério de ferro. "Hoje, o minério sai por barcaças via hidrovia Paraguai-Paraná. Em condições normais, demora cerca de 25 dias, mas em período de seca são cerca de 30 dias para chegar até Rosário [Argentina]", disse Santoro. Por ferrovia, o trajeto de ida e volta é de 8 dias.

"Ocupamos 2.800 hectares, dos quais 1.280 hectares são áreas mineralizadas. É dentro dessa área a nossa estimativa de 1 bilhão de toneladas de reservas. Já fizemos estudos, com algumas perfurações. Agora estamos em fase de validação internacional para aferir esse volume", disse Santoro. Essa região, segundo ele, não é exatamente uma fronteira nova - outras mineradoras, como a Vale, operam no local. "O conceito do minério que exploramos é do tipo "lump", de custos mais baixos, uma vez que é de melhor qualidade e vai direto para o alto-forno, sem precisar passar pelo processo de concentração", disse.

Nos próximos 18 meses, a nova companhia vai se dedicar ao processo de certificação da mina, obtenção de licenças e capitalização da empresa. Os outros 30 meses serão para a execução das obras.

Nos siga no Google Notícias