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Política

Especialista defende corredores exclusivos e menos estacionamentos

CPI do Transporte entra em fase de elaboração de relatório após oitivas de secretários municipais

Por Gabriela Couto e Ketlen Gomes | 02/07/2025 18:01
Especialista defende corredores exclusivos e menos estacionamentos
Professora foi ouvida por vereadores durante a tarde desta terça-feira (2), na CPI do Transporte Público (Foto: Ketlen Gomes)

A professora doutora Maria Lúcia Torrecilha, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), participou da segunda oitiva do dia na CPI do Transporte Público da Câmara Municipal de Campo Grande, nesta quarta-feira (2). Especialista em planejamento urbano, ela apresentou uma análise técnica sobre os desafios da mobilidade urbana da Capital, destacando que o problema do transporte está diretamente ligado à organização física da cidade.

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CPI do Transporte Público de Campo Grande ouve especialista em planejamento urbano. A professora doutora Maria Lúcia Torrecilha, da UFMS, apresentou uma análise sobre a mobilidade urbana, relacionando os problemas do transporte à organização da cidade. Ela defendeu a priorização de pedestres, melhor aproveitamento dos espaços viários e descentralização populacional, com estudos específicos para cada bairro. Torrecilha sugeriu a retirada de vagas de estacionamento em áreas menos comerciais para viabilizar corredores de ônibus ou ampliar calçadas, favorecendo uma mobilidade mais humana e inclusiva. A especialista também discutiu a possibilidade de implantação do VLT, considerando-o adequado à topografia da cidade, mas dependente de critérios populacionais e técnicos. A vereadora Luiza Ribeiro propôs a participação da UFMS em um estudo para reestruturar o transporte público. A CPI entra agora em uma "fase silenciosa" para elaboração do relatório, previsto para 15 de agosto.

Em sua exposição inicial, Maria Lúcia explicou que o planejamento urbano deve considerar elementos como calçadas, rede de drenagem, largura das ruas e prioridade ao pedestre. “Não adianta corrigir o asfalto, se não construir essa rede [de drenagem]”, exemplificou, ressaltando que Campo Grande ainda privilegia o automóvel em detrimento do transporte coletivo e de meios alternativos.

A professora apontou que as vias da cidade oferecem espaços que poderiam ser melhor utilizados para o transporte coletivo, como faixas hoje destinadas ao estacionamento. Ela sugeriu, por exemplo, que a retirada de vagas de um dos lados da rua em áreas menos comerciais poderia viabilizar corredores exclusivos para ônibus em toda cidade, não apenas em vias centrais. Outra alternativa seria ampliar as calçadas, favorecendo a mobilidade urbana mais humana e inclusiva.

Outro ponto abordado foi a descentralização populacional de Campo Grande. Segundo a especialista, a cidade precisa de estudos específicos para cada bairro, já que muitas regiões distantes do centro enfrentam problemas de infraestrutura e transporte. “Campo Grande não pode ser organizada com a política dos anos 80”, afirmou, defendendo o planejamento participativo e a modernização do Plano Diretor.

Durante a oitiva, a professora respondeu a perguntas dos vereadores. Questionada por Maicon Nogueira (PP) sobre a possibilidade de implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), Maria Lúcia disse que o projeto seria adequado à topografia da cidade, mas que depende de critérios populacionais e de viabilidade técnica. Ela também mencionou um projeto acadêmico que previa o uso de parte da linha férrea para esse tipo de transporte.

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) propôs que a universidade participe diretamente de um estudo para a reestruturação do transporte público em Campo Grande, em parceria com a prefeitura e o Consórcio Guaicurus. A professora Maria Lúcia se colocou à disposição, citando experiências anteriores da UFMS com consultorias em planejamento urbano em municípios como Porto Murtinho.

O presidente da comissão, vereador Lívio Leite (União) destacou que agora vai começar uma “fase silenciosa” da CPI, em que o foco será dado para a elaboração do relatório. O prazo inicial que os vereadores acreditam que a relatora Ana Portela (PL) vai conseguir entregar o documento é 15 de agosto.

Além disso, os vereadores também explicaram que o relatório contábil, firmado através de contrato com uma empresa especializada, será feito para auxiliar tecnicamente na elaboração do relatório da CPI, já que há dados que precisam dessa análise técnica que nem os membros da comissão, nem os assessores possui.

Esse relatório feito pela assessoria contábil não será a parte, nem será para afirmar ou discordar se houve superávit ou déficit do consórcio Guaicurus, já que essa questão está judicializada, feita pelas outras duas auditorias.

Além disso, o vereador Lívio também disse que a população pode esperar o relatório como um “primeiro passo para uma política pública decente” de transporte público na Capital, mas relembrou que quem faz as tomadas de decisão é o Executivo Municipal.

Próximas oitivas - A próxima rodada de oitivas está marcada para a próxima quarta-feira (9), no Plenário Oliva Enciso. Serão ouvidos:

  • Às 9h: Catiana Sabadin Zamarreño, secretária especial de Planejamento e Parcerias Estratégicas da SEGOV;

  • Às 10h: Andréa Figueiredo, diretora-adjunta da AGETRAN;

  • Às 11h: Ednei Marcelo Miglioli, secretário municipal de Infraestrutura (SISEP).

O objetivo é esclarecer a execução do PAC da Mobilidade e sua relação com o serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus.

Denuncie - A Ouvidoria da CPI do Transporte já recebeu 634 denúncias entre os dias 25 de março e 30 de junho de 2025. A maioria (553) chegou via WhatsApp, além de 32 formulários online, 46 e-mails, duas ligações telefônicas e uma denúncia presencial.

A população pode continuar enviando contribuições pelos seguintes canais:

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