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Política

Ex-prefeito vê cunho político em investigação e nega irregularidades

Michel Faustino | 24/03/2016 17:26
O ex-prefeito Nelson Trad Filho durante coletiva nesta tarde. (Foto: Michel Faustino)
O ex-prefeito Nelson Trad Filho durante coletiva nesta tarde. (Foto: Michel Faustino)

O ex-prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho (PTB) falou à imprensa na tarde desta quinta-feira (24), na sede do seu partido, sobre denúncias apuradas pela força tarefa do MPE (Ministério Público Estadual) que levou a Justiça a decretar o bloqueio dos bens dele e de mais 20 pessoas denunciadas por envolvimento em irregularidades na execução de obras de “tapa-buraco”. Na avaliação dele, ambos os órgãos foram induzidos ao erro e ficará comprovado que não houve nenhuma irregularidade durante sua gestão.

“Lamento que, em ano eleitoral, fatos que já foram arquivados ressuscitem sem qualquer prova nova a justificar. Não tive a oportunidade de prestar esclarecimentos, o que buscarei fazer para que se chegue à verdade e mostrar que tratei com lisura as mais de 1 mil obras que fiz na cidade.”, disse. Nelsinho contesta as investigações do MPE, que no ponto de vista dele, foram “sepultadas” junto com inquérito arquivado em maio de 2014, que tratava de irregularidades no tapa-buraco durante sua gestão.

“Os mesmos fatos que foram arquivados pelo MP, repentinamente, neste ano eleitoral, transformam-se em fatos como se fossem definidos, sem que houvesse qualquer alteração nas provas que, outrora, levaram o MP a arquivar o procedimentos”, reitera.

No entanto, em investigação recente, a Força Tarefa encontrou irregularidades em ao menos 30 contratos, no período de 2010 a 2012. Conforme a denúncia, até janeiro deste ano haviam sido liberados para atender esses contratos R$ 372 milhões.

A Força Tarefa apurou que as irregularidades começaram já com a contratação da Selco Engenharia para executar o serviço de recuperação das vias asfaltadas na Capital. Segundo os promotores de Justiça, a concorrência pública 021/2012 foi direcionada para que a Selco vencesse o certame.

Para isso, o então secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, João Antonio De Marco, e o presidente da Comissão de Licitação à época, Bertholdo Figueiró, incluíram no edital algumas restrições para dificultar a participação de outras empresas na disputa. Uma dessas medidas “restritivas” seria a obrigatoriedade das empresas interessadas na disputa, pagarem R$ 1 mil a título de “custo reprográfico”.

“Tenho certeza que tudo foi tratado com extrema lisura e, inclusive, toda a equipe já está reunindo toda a documentação que comprova que não há nenhuma irregularidade. Isso vai ser apresentado aos órgãos e a imprensa, em breve”, comentou Nelsinho.

O ex-prefeito também comentou sobre as divergências encontradas nos valores referentes ao preço da tonelada do CBQU e da mão-de-obra, tendo sido demonstrados casos de contratos os quais o CBQU constava R$ 206,00 e R$ 171,50 num mesmo ano, o que representa um superfaturamento de 88%.

“Tenho certeza que isso é outro equivoco. Inclusive, o De marco (João Antonio De Marco) atestou que foram elencadas planilhas do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), tudo correto. Esse documentos que serão apresentados mostraram isso”.

Por fim, Nelsinho sobre o bloqueio de R$ 371 milhões determinado pela Justiça referente aos valores desviados até janeiro do ano passado.

“Nem que juntassem cinco gerações de sua família' seria possível levantar esse montante. É uma decisão liminar, mas vamos tratar isso com tranquilidade”, finalizou.

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