Excluídos de conversas, deputados e vereadores do PSDB em MS criticam cúpula
Reunião que selou a saída de Riedel e Azambuja nesta semana teve apenas líderes federais
A decisão da direção nacional do PSDB de priorizar apenas a bancada federal nas conversas sobre o futuro da sigla em Mato Grosso do Sul gerou forte insatisfação entre deputados estaduais e vereadores. A visita do presidente nacional do partido, Marconi Perillo, a Campo Grande para marcar a saída do governador Eduardo Riedel (PP) e do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) deixou de fora parlamentares locais, que reclamam da falta de diálogo e se sentem alijados do processo.
RESUMO
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A decisão da direção nacional do PSDB de priorizar apenas a bancada federal nas discussões sobre o futuro do partido em Mato Grosso do Sul gerou insatisfação entre deputados estaduais e vereadores. A visita do presidente nacional, Marconi Perillo, a Campo Grande, para tratar da saída do governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja, excluiu parlamentares locais. O PSDB sul-mato-grossense possui significativa representatividade política, com três deputados federais, seis estaduais e aproximadamente 300 vereadores. Apesar da insatisfação com a falta de diálogo, os parlamentares garantem que manterão apoio ao governador Riedel, mesmo após sua oficialização em novo partido.
O deputado estadual Pedro Caravina (PSDB) disse que a saída de Riedel e Azambuja já era esperada, mas criticou o fato de a direção nacional não ter conversado com os representantes estaduais. “Na minha opinião, houve uma falta de consideração. O partido não é feito só de três deputados federais. A gente sabe que eles pautam a questão do fundo partidário, mas partido é mais do que isso: é programação, é discurso, é forma de agir”, afirmou.
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Caravina lembrou que, em Mato Grosso do Sul, o PSDB tem peso político maior do que em outros estados: além dos três federais, a sigla conta com seis deputados estaduais e cerca de 300 vereadores. Atualmente, o diretório estadual é presidido por Reinaldo Azambuja, mas, com a saída dele prevista para o próximo mês, será necessária uma discussão sobre os rumos da legenda.

Outros parlamentares, como Jamilson Name (PSDB) e Zé Teixeira (PSDB), também manifestaram preocupação com o futuro do diretório. Eles lembram que só poderão trocar de partido em 2026, durante a janela de abril, e pretendem aguardar até lá para definir seus destinos.
“A política tem dessas coisas, você vai montando os projetos e vai caminhando. Até 30 de março do ano que vem, quando abre a janela partidária, ainda tem muita coisa para acontecer”, disse Zé Teixeira, acrescentando que é um “desgaste” permanecer em um partido em “extinção no país”, devido à falta de fundo partidário.
Apesar de não terem participado das reuniões, os parlamentares garantem que manterão apoio ao governador Eduardo Riedel, mesmo após a oficialização da troca de partido nesta terça-feira (19). “Uns 60 dias atrás tivemos uma reunião, porque precisamos montar um arco de alianças para acomodar todos os políticos: estadual, federal, senador, governador”, explicou Jamilson Name.

Vereadores tucanos - Na Câmara de Campo Grande, o presidente Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), afirmou que os vereadores também não foram chamados e souberam da reunião pela imprensa, mas considerou que se tratou de um encontro restrito às principais lideranças. “Tenho certeza de que a direção estadual e municipal vai se reorganizar para oferecer condições de trabalho aos vereadores da Capital e do interior, inclusive com vistas a projetos futuros, já que muitos são pré-candidatos a deputado estadual”, avaliou.
O vereador Silvio Alves, o Silvio Pitu (PSDB), reforçou que os vereadores não foram procurados e que ainda não houve qualquer debate sobre o futuro da sigla no Estado, mas disse que seguirá as orientações da direção estadual e municipal.
O vereador Victor Rocha (PSDB) também reforçou fidelidade ao grupo. “Independentemente do partido que eles tiverem, seja no União Progressista com o governador Eduardo Riedel, seja no PL com Reinaldo Azambuja, eles terão nosso apoio. Mesmo que o PSDB não esteja forte nacionalmente, aqui no Estado ele segue firme. Todo esse grupo político foi construído junto com Riedel e Azambuja”, afirmou.
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