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Política

Fuja de festas e tenha atitudes de impacto, sugerem ex-prefeitos

Encontro reúne velha guarda que administrou Campo Grande para dar "dicas" de gestão a Marquinhos Trad

Alberto Dias | 28/12/2016 20:17
Ex-prefeito Nelsinho Trad aconselha o irmão. (Foto: Divulgação)
Ex-prefeito Nelsinho Trad aconselha o irmão. (Foto: Divulgação)

"Não é exagero dizer que a situação é crítica", avaliou o prefeito eleito Marquinhos Trad (PSD) durante encontro nesta quarta-feira (28) que reuniu ex-prefeitos para falar sobre gestão pública. Ao longo do dia, Juvêncio César da Fonseca, Levy Dias, André Puccinelli e Nelsinho Trad, trocaram experiências e alertaram o primeiro escalão de Marquinhos que a missão não será fácil.

Para Marquinhos, foi a oportunidade de repassar à sua equipe de trabalho um pouco da experiência de gestores que já tiveram a prefeitura nas mãos. “O objetivo é fazer com que os secretários entrem sabendo das dificuldades que vão encontrar", ponderou, fazendo uma analogia sobre o atual momento: "se Campo Grande fosse um paciente, estaria em uma UTI (unidade de terapia intensiva)”. Na ocasião também foram definidas metas para os primeiros 30 dias de governo.

Os trabalhos foram abertos por André Puccinelli, cuja experiência soma 16 anos como prefeito e governador. O peemedebista sugeriu medidas austeras e até antipáticas nos primeiros três meses e aconselhou um trabalho forte de arrecadação, para depois pensar em gastos. “É preciso atitude de impacto, corte de gasto e reunião mensal para integrar a equipe”. Com 61 anos, Puccinelli é reconhecido pelo pulso firme e por grandes obras.

Mais ponderado, aos 81 anos, Juvêncio César da Fonseca lembrou da importância em cumprir as promessas de campanha. Enalteceu a valorização do servidor público como ferramenta propulsora da máquina administrativa - uma das bandeiras de suas gestões, iniciadas em 1986. À éssa época, investiu na construção de áreas de lazer, postos de saúde 24 horas, canalização de córregos e avenidas que cruzam a cidade, como a Norte Sul.

Na sequência, Levy Dias lembrou que recebeu a administração com cinco folhas de pagamento atrasadas e conseguiu colocar em dia em pouco tempo, com trabalho forte de gestão. "Encontramos de tudo. Até gente que fazia 40 horas extras por dia. Um dia entramos com a polícia na prefeitura e teve gente que pulou pela janela e nunca mais voltou”, contou o aquidauanense de 78 anos, que governou de 1973 a 1977 e de 1980 a 1982.

Levy aconselhou Marquinhos a investir no que é prioritário. “Estou dividindo com você o que passei, sofri e que talvez te ajude. Fuja de festa. Alguém que não paga conta de água e luz e gasta com festa é um irresponsável. Não sou bem quisto em alguns lugares porque não abri a mão, mas tenho um rastro de trabalho deixado”, lembrou.

O último foi ex-prefeito Nelsinho Trad, cujo conselho foi a importância de planejamento para garantir recursos. “Coloca a pasta embaixo do braço e sai vendendo Campo Grande. Foi assim que trouxemos o Shopping Norte Sul Plaza, Bosque dos Ipês e tantos outros investidores para cá”. Com 55 anos, o irmão mais velho de Marquinhos comandou a prefeitura de 2005 a 2012. No período, foram instalados totens que numeraram 1.044 obras. Uma das mais simbólicas é a Orla Morena.

Marquinhos já havia adiantado que dará liberdade para seu secretariado trabalhar. "Ou você confia na competência dos seus técnicos ou você governa sozinho. E já tivemos um exemplo de fracasso", no caso, segundo ele, a gestão centralizadora do atual prefeito Alcides Bernal (PP).

Trad acrescenta que seu time foi definido com base no currículo de cada um. "Todos já foram secretários antes, ou seja, não será novidade para ninguém. É uma equipe extremamente experiente". Outra estratégia serão reuniões quinzenais com o primeiro escalão, pelo menos nos primeiros seis meses.

O workshop aconteceu durante todo o dia, na Chácara do Lago, e tratou ainda de temas como impostos (IPTU/Refis) e combate a uma possível epidemia de dengue. Ao final, o chefe de gabinete de Marquinhos, Alex Gonçalves, pediu aos secretários que trabalhem sem vaidade e com foco nas pessoas, a exemplo do que foi pregado na recente campanha eleitoral que rendeu a vitória ao peesedebista no segundo turno, com vantagem de 70 mil votos nas urnas.

 

 

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