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Política

Gráfica emitiu notas frias para lavar dinheiro de propina, diz Polícia Federal

Ricardo Campos Jr. e Aline dos Santos | 11/05/2017 12:10
Policiais federais em coletiva sobre a quarta fase da operação Lama Asfáltica nesta quinta (Foto: Marcos Ermínio)
Policiais federais em coletiva sobre a quarta fase da operação Lama Asfáltica nesta quinta (Foto: Marcos Ermínio)
Escoltado, André Puccinelli é levado para colocar tornozeleira (Foto: André Bittar)
Escoltado, André Puccinelli é levado para colocar tornozeleira (Foto: André Bittar)

A Gráfica Alvorada emitiu notas fiscais frias para lavar dinheiro de propina de empresas envolvidas no esquema investigado pela Polícia Federal na operação Lama Asfáltica. O dono da empresa, Micherd Jafar Junior, foi uma das três pessoas presas durante a quarta fase da ação, desencadeada nesta quinta-feira (11).

Em coletiva, a corporação informou que a participação de Jafar Junior deu-se em várias frentes. Em uma delas, simulou negócios com o grupo JBS para esconder pagamento de vantagens em isenções fiscais obtidas junto ao Governo Estadual.

Ou seja, parte dos valores que a companhia deixava de pagar em impostos parava nos bolsos da organização criminosa e para dar um fundamento “legal”, compras falsas junto à gráfica eram faturadas.

Além disso, a gráfica também foi responsável por intermediar junto à Secretaria Estadual de Educação a compra de R$ 11 milhões em livros paradidáticos que sequer foram totalmente utilizados pelos alunos.

Os materiais foram comprados sem licitação com base em um parecer de um servidor da secretaria que não foi encontrado pela PF. Contudo, outros especialistas ouvidos pela corporação atestaram que a obra não era a única que poderia ser usada, mas as opiniões deles foram ignoradas pela administração pública, já que a intenção era favorecer o esquema criminoso.

Em fases anteriores da Lama Asfáltica, a polícia apurou que o ex-governador André Puccinelli (PMDB) recebeu parte do dinheiro oriundo dessas transações.

Viatura da PF em frente à empresa HBR (Foto: André Bittar)
Viatura da PF em frente à empresa HBR (Foto: André Bittar)

Movimentação - A quarta fase da operação Lama Asfáltica, que investiga prejuízo de R$ 150 milhões aos cofres públicos por fraudes de licitações e lavagem de dinheiro.

André Puccinelli prestou depoimento pela manhã e deixou a sede da PF (Polícia Federal) em uma das viaturas para colocar uma tornozeleira eletrônica como medida cautelar alternativa à prisão. Também foi arbitrada fiança de R$ 1 milhão que o ex-governador não tem como pagar por ter os bens bloqueados pela Justiça, segundo o advogado dele, Renê Siufi.

Puccinelli também deverá ficar em Campo Grande e só pode viajar com autorização da Justiça. Siufi considerou as medidas exageradas.

Além de Micherd, também foi preso André Cance, ex-secretário-adjunto da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda). Um terceiro mandado de prisão emitido para a quarta fase da Lama Asfáltica ainda não foi cumprido.

Além disso, durante o início da manhã, a polícia encontrou munições na casa do Proprietário da H2L Soluções, Rodolfo Holsback. Ele foi detido e está prestando depoimento na sede da Polícia Federal nessa manhã.

Também há nove mandados de condução coercitiva, 32 de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.

No interior, mandados foram cumpridos na sede da Eldorado Brasil em Três Lagoas e também nas cidades de Porto Murtinho e Nioaque. Policiais também vasculharam empresas em São Paulo e Curitiba.

Micherd Jafar Junior, proprietário da Gráfica Alvorada (Foto: Reprodução)
Micherd Jafar Junior, proprietário da Gráfica Alvorada (Foto: Reprodução)
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