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Política

Grupos que foram às ruas contra Dilma descartam protestos contra Temer

Para preservar estabilidade, movimentos acham melhor manter presidente denunciado por corrupção

Mayara Bueno e Richelieu de Carlo | 27/06/2017 15:20
Manifestante acamparam em frente ao MPF, na Capital, em 2016. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo).
Manifestante acamparam em frente ao MPF, na Capital, em 2016. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo).

Mesmo com o presidente da República, Michel Temer (PMDB), denunciado criminalmente pelo MPF (Ministério Público Federal), movimentos que foram favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), em Campo Grande, afirmam agora que não vão promover qualquer manifestação no mesmo sentido contra o presidente.

Na segunda-feira (26), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Michel Temer no STF (Supremo Tribunal Federal) por corrupção passiva. O MPE atribui crime ao presidente no inquérito da Operação Patmos, investigação desencadeada com base nas delações do grupo J$F, que controla a JBS.

Um dos movimentos ‘famosos’ contra a ex-presidente na Capital, o Fora Dilma não tem prevista nenhuma manifestação contra Temer, segundo Juliana Gaiozo, uma das organizadoras do grupo. “Ainda não fizemos reunião”.

Alegando ser contra corrupção, os protestos chegaram a montar acampanhamento em frente ao MPF, em 2016.

Quem também fez coro ‘Fora Dilma’, o grupo Chega de Impostos também não vai agir no momento. Conforme uma das responsáveis, Mirian Gimenez, a maioria dos componentes do grupo acredita que é melhor não promover qualquer protesto agora, já que Temer representa “uma certa estabilidade”.

Presidente da Associação Pátria Brasil e hoje vereador de Campo Grande, Vinicius Siqueira (DEM), também acha que movimentos contra o presidente são fracos, ao contrário do que foram contrários a Dilma Rousseff. “A saída do Temer seria o ideal, ele merece. Mas, tenho medo da instabilidade política que isso pode causar ao País. Não sei se é o momento, sinceramente não sei se é a melhor escolha”.

Ainda conforme o parlamentar, o grupo que comanda possui um sistema de internet que analisa palavras-chaves mais utilizadas na internet. Em 2016, quando a ex-presidente sofreu o processo de impeachment, o assunto “era muito forte”, o que, segundo Siqueira, não acontece com o atual mandatário do País.

Denúncias – Michel Temer é o primeiro presidente na história do Brasil que foi denunciado por crime enquanto está no cargo. Janot, além de processá-lo por corrupção passiva, pediu indenização de R$ 10 milhões e solicitou a abertura de um novo inquérito.

Para que a denúncia seja aceita e o presidente transformado em réu, sendo afastado do cargo, o processo precisa ser aceito por dois terços dos deputados, ou seja, 342 dos 513 parlamentares. Depois, a maioria dos 11 ministros do STF precisa votar para autorizar a denúncia.

Diferente de Temer, Dilma Rousseff foi tirada do cargo sob o argumento de ter praticado as chamadas “pedaladas fiscais” e ter editado decretos de abertura de crédito sem a autorização do Congresso. Juristas alegaram que ela cometeu crime de responsabilidade.

Em Campo Grande, assim como em outras cidades do País, movimentos hoje contrários ao afastamento de Temer se intitulavam contra a corrupção. Milhares lotaram às ruas pelo afastamento da ex-presidente, saída do PT do governo e até intervenção militar.

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