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Política

José Dirceu lança livro, cita amigos de MS e oposição "dura" a Bolsonaro

Evento de lançamento da publicação será nesta sexta-feira (dia 14) na Fetems

Mayara Bueno | 14/12/2018 08:08
José Dirceu é recebido por fãs numa das viagens para lançamento do livro (Foto: Ronaldo Quadrado/Divulgação)
José Dirceu é recebido por fãs numa das viagens para lançamento do livro (Foto: Ronaldo Quadrado/Divulgação)

José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil no governo do ex-presidente Lula (PT), visita Campo Grande nesta sexta-feira (dia 13) para lançar o seu primeiro livro, Memórias - Volume I. O ex-ministro falou por telefone com o Campo Grande News sobre a ansiedade para rever os amigos do Estado, a respeito de sua publicação e também em relação ao momento político do País.

“Tenho muitos amigos ai [no Estado]”, citou José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, Vander Loubet, Amarildo Cruz e João Grandão, todos do PT. “Estou fazendo injustiça ao não mencionar todos”.

O lançamento do livro está marcado para 19 horas na Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS), onde os amigos devem estar presentes. “Quero rever todos”.

Sobre o livro de 700 páginas, José Dirceu afirma que conta nas linhas sua vida e sua geração, o Brasil que lutou contra a ditadura, além da construção do PT, a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sobre Cuba. “Eu procuro também falar do Brasil e de sua cultura. Transmiti a experiência e ao mesmo tempo falo do País, a razão da minha luta”.

O livro descreve os bastidores da militância estudantil em 1960, o exílio e treinamento em Cuba, a volta ao Brasil, a ascensão no PT, partido que comandou, o papel na vitória de Lula, além de sua trajetória dentro da legenda e do governo, onde foi o chefe da Casa Civil. Ele era um dos potenciais sucessores do ex-presidente, mas foi alvo de denúncias do chamado “Mensalão”.

A produção do livro ocorreu durante seus dias na prisão, nos fins de semana, momento no qual a depressão era mais acentuada, conta. “Eram os dias mais tristes, mais pesados, que sempre lembrava de casa, o dia posterior à visita da família”. Sentado numa cama, “sem mesa, luz ruim”, os primeiros rascunhos começaram a ser feitos até a conclusão, um ano e meio depois, em 2017.

O ex-ministro contou que o volume II já começou a ser escrito. Nesta edição, ele afirma que a história contada vai ser sobre a 2006 e 2015, a eleição de Dilma Rousseff (PT). “Não vou entrar no impeachment”, adianta.

Futuro e oposição

A poucos dias do novo governo começar, não há, por enquanto, como saber o desenrolar das propostas tão diferentes da esquerda, mas o que se pode esperar é oposição, afirma. A reportagem indagou especificamente se existe certo receio sobre o governo e as ideias de Jair Bolsonaro (PSL), eleito presidente que assume o poder a partir de 1º de janeiro de 2019.

“Não tenho medo [do que pode vir a ocorrer], mas vai ter oposição, controle social, a imprensa, eu espero que fiscalize como fiscalizaram quando éramos governo. A oposição é forte, fizemos 47 milhões de votos no 2º turno, elegemos uma bancada forte”.

Para o ex-ministro, “tem de esperar para ele mostrar a que veio” e, mesmo que Bolsonaro possa ter maioria no Congresso, unindo as chamadas bancadas “da bala, do boi, das bíblias”, o contraponto da outra parte das bancadas estará presente. “Vamos deixar ele governar, mas vamos fazer a oposição”.

Lula e relação com PT

“Minha relação com o PT é excelente, mas não sou mais dirigente, eles são solidários comigo, mas não faço mais parte das decisões, precisa renovar com novas lideranças”, afirma o ex-ministro quando a pergunta é sobre a ligação com o partido de origem.

Para ele, a prisão da maior liderança petista é ilegal e a luta é pela liberdade dele. Antes de vir para Campo Grande, a estadia era em Curitiba (PR), cidade onde Lula está preso. Sobre qualquer visita ao ex-dirigente, José Dirceu afirmou que não iria ao presídio: “não acho que ajude”. “Meu apoio continua e a relação é de eterna amizade, não é caso de ir visitar, só criaria ruído”.

Em junho, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu conceder habeas corpus ao ex-ministro José Dirceu. Conforme a Agência Brasil, na ocasiçao, a decisão suspendeu a execução da condenação do ex-ministro a 30 anos de prisão na Operação Lava Jato.

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