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Política

Lúdio Coelho é citado como inovador na cidade e no campo

Aline Queiroz | 22/03/2011 18:00

Ex-prefeito morreu hoje, aos 88 anos

Lúdio com crianças, a espera do Papa, em 91. (Roberto Higa)
Lúdio com crianças, a espera do Papa, em 91. (Roberto Higa)

Obras e projetos importantes têm assinatura do ex-prefeito de Campo Grande, Lúdio Coelho, que morreu hoje, aos 88 anos. No campo, também era considerado sinônimo de modernidade, apesar de homem de fala simples, quase caipira.

Lúdio foi prefeito de Campo Grande em duas ocasiões, 1983-1985 e 1989-1992. Ele também foi senador da República com 29,44% dos votos válidos nas urnas (1995-2003) e vice-líder do PSDB no Senado.

O presidente da Acrisul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Chico Maia, foi presidente da Câmara Municipal de Campo Grande nas duas administrações de Lúdio Coelho.

Ele lembra de grande projeto de impacto social, já na primeira gestão, o desfavelamento da Capital. Chico Maia ressalta que esta foi a primeira proposta do Brasil para retirar famílias de áreas de extrema pobreza. “Este projeto social tem a marca dele”, completa.

Já na segunda administração, iniciou a canalização do córrego da Avenida Fernando Corrêa da Costa. Até então, as enchentes eram tormento para comércio e moradores da região. Ele ressalta que a prefeitura não tinha recursos suficientes para a obra e fez “como era possível”.

Chico Maia enfatiza que, ao mesmo tempo em que era preocupado com grandes obras, Lúdio sempre olhou para as pessoas, seja servidor público ou a população carente.

Bairros como Moreninha, Aero Rancho e Buriti começaram a ser asfaltados também na gestão de Lúdio Coelho.

“Ele ia aos bairros, tomava mate com as pessoas humildes”, completa.

O presidente da Acrisul também destaca a importância de Lúdio Coelho para o setor. “Perdemos hoje a melhor referência na agropecuária. Perdemos um exemplo”, diz.

Lúdio com Almir Sater (Foto: Roberto Higa)
Lúdio com Almir Sater (Foto: Roberto Higa)

Diretor das empresas de Lúdio Coelho, Luiz da Costa Vieira Neto, elenca os avanços promovidos no setor. Segundo ele, Lúdio foi o primeiro produtor a agregar agricultura e pecuária, o plantio direto e pioneiro na importação de genética para os gados nelore e zebu.

Trânsito - Modelo aprimorado para atender às necessidades atuais teve início na gestão de Lúdio Coelho. Foi o ex-prefeito que criou a integração dos ônibus do transporte coletivo urbano.

Lúdio Coelho criou terminais de integração, o primeiro deles, o Morenão.

De acordo com o diretor da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade, Lúdio implantou o chamado SIT (Sistema Integrado de Transporte). À época, Rudel era engenheiro de trânsito da prefeitura.

“Com certeza esta foi uma das melhores administrações para o trânsito por conta dos avanços. Hoje, usamos o mesmo modelo, com tecnologia avançada e ampliada”, completa.

O ex-prefeito criou o modelo viário implantado em Campo Grande e investiu na qualidade dos equipamentos usados no transporte público, como ônibus com suspensão a ar e piso rebaixado.

Na ocasião, os pontos de ônibus eram padronizados nas cores das linhas que o usuário precisava. Já nesta época foram usadas catracas eletrônicas e fichas magnéticas.

Criou-se também o “Ligeirinho” que contava com uma estação tubo no terminal Bandeirantes e três plataformas provisórias, uma em frente à Praça Ary Coelho, outra no Shopping Campo Grande a terceira no Terminal General Osório.

Simpatia - Rudel explica que, além de um grande gestor, Lúdio Coelho tinha uma característica marcante: o bom humor.

Os semáforos tinham corações no lugar dos círculos que ficam em volta das lâmpadas e, as faixas de pedestres, tinham figuras de jacarés e tuiuiús.

Lúdio estava internado há quatro dias e morreu em decorrência da falência múltiplas dos órgãos.

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