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Política

Magalhães troca megafone pela Funai e diz que órgão não é “casa do índio”

"A Funai não é a casa do índio. É um órgão público para fazer acontecer a política do governo em relação ao índio", diz

Aline dos Santos | 04/02/2020 07:50
José Magalhães Filho foi nomeado coordenador regional da Funai de Campo Grande. (Foto: Arquivo)
José Magalhães Filho foi nomeado coordenador regional da Funai de Campo Grande. (Foto: Arquivo)

Capitão reformado do Exército e conhecido pelos brados ao megafone no Centro da cidade, José Magalhães Filho foi nomeado coordenador regional da Funai (Fundação Nacional do Índio) de Campo Grande. A nomeação do Ministério da Justiça está publicada na edição de hoje (dia 4) do Diário Oficial da União.

A indicação veio pelos laços “bolsonaristas” e sacramenta a aposentadoria do megafone, usado há 20 anos para discurso contra políticos. Outro lance memorável foi a ovada que José Magalhães aplicou a si mesmo em protesto contra reajuste dos vereadores na Câmara Municipal de Campo Grande.

“Na verdade estou PSL. Mas para onde o presidente Bolsonaro for, nós vamos”, afirma Magalhães. Ele conta que a nomeação já era esperada há bastante tempo e deve assumir o cargo amanhã. “Vou ligar na Funai de Brasília para saber se com a nomeação é suficiente para que lá compareça ou se vão fazer algum comunicado”, diz. Em 2018, foi candidato a deputado estadual pelo PSL. 

Questionado se espera sofrer oposição dos indígenas, sina de muitos que passaram pelo cargo, o capitão afirma que muitos índios estão ao seu lado e não compete a ele agir em caso, por exemplo, de invasão de órgão público.

“Nenhum cidadão brasileiro pode interromper o funcionamento de órgão público. Se vier para conversa, vou abraçar sem discriminar. Se for para não deixar entrar, volto na mesma hora”, afirma Magalhães. Ele ainda cita que não é delegado e que qualquer ação de ocupação de patrimônio da União é de competência da PF (Polícia Federal).

O novo coordenador diz que é preciso que a Funai cumpra sua missão de fazer políticas de governo. “A Funai não é a casa do índio. É um órgão público para fazer acontecer a política do governo em relação ao índio. Vamos tratar com todo o cuidado e oferecer oportunidade para que cresçam e participem da nossa sociedade”, afirma.

Sobre o megafone, que marcou duas décadas em Campo Grande, Magalhães afirma que agora ele foi aposentado.

Desde março do ano passado, a coordenadoria da Funai esteve sob o comando de Henrique Dias, da etnia terena, pastor e amigo de longa data da ministra Damares Alves.

A coordenadoria abrange os municípios de Aquidauana, Miranda, Nioaque, Bodoquena, Corumbá, Brasilândia, Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. As aldeias são das etnias terena, kadiwéu, guató, ofaié e remanescentes de kinikinau.

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