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Política

Maia terá os 8 votos da bancada de MS para sua reeleição, afirma deputado

Dagoberto Nogueira afirma que a oposição também tem interesse na reeleição do presidente da Câmara, cuja candidatura tem simpatia do presidente Jair Bolsonaro

Humberto Marques | 21/01/2019 20:09
Maia veio ao Estado discutir agendas políticas com Reinaldo; ele se reuniu com bancada federal de MS. (Foto: Chico Ribeiro/Segov)
Maia veio ao Estado discutir agendas políticas com Reinaldo; ele se reuniu com bancada federal de MS. (Foto: Chico Ribeiro/Segov)

Atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) deve deixar Mato Grosso do Sul, senão com a unanimidade, com ampla maioria de votos em apoio à sua reeleição. O deputado federal veio nesta segunda-feira (21) a Campo Grande, onde foi recepcionado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e se encontrou com representantes da bancada federal que sinalizam lhe conferir apoio para um novo mandato na Mesa Diretora.

Maia chegou ao Aeroporto Internacional de Campo Grande por volta das 17h30, sendo recepcionado por Reinaldo, pelo deputado federal reeleito Dagoberto Nogueira (PDT) e dois dos novos rostos da bancada federal em Brasília: os tucanos Rose Modesto e Beto Pereira.

Ainda no aeroporto, o presidente da Câmara concedeu entrevista coletiva na qual deixou claras prioridades do parlamento –incluindo a votação da reforma da Previdência, de forma a “fazer justiça social” com quem ganha menos, e uma solução para o rombo formado pelos deficit combinados do governo (R$ 130 bilhões) e Previdência (R$ 300 milhões), bem como pela “regra de ouro”, que proíbe o governo federal de se endividar para financiar gastos (e “custa” R$ 200 bilhões por ano)– e admitiu vir ao Estado articular mais votos em torno de sua eleição.

Rodrigo Maia apenas evitou estimar quantos dos oito votos da bancada do Estado na Câmara obteria. Reeleito, Dagoberto Nogueira arriscou um palpite: aposta que ele terá apoio de todos os deputados federais do Estado, tanto da direita, que já manifestou simpatia à sua reeleição –incluindo o PSL do presidente Jair Bolsonaro, que disse não se envolver na disputa– como da esquerda, que vê na eleição uma possibilidade de garantir a independência da Mesa Diretora.

“O Bolsonaro apoia (Maia), mas ele é um candidato da Câmara. É com isso que a esquerda está preocupada e por isso apoiamos ele”, afirmou Dagoberto, ao dar como certo também o voto de Vander Loubet (PT) em Rodrigo Maia. “Acho que ele vai ter todos os votos daqui”, prosseguiu, reiterando que seus partidos, assim como o PC do B e o PSB, defendem ser “importante que ele tenha autonomia”.

Vander era aguardado na recepção feita a Maia na casa do governador –da qual Luis Ovando (PSL) participou e na qual era esperada também a suplente Bia Cavassa (PSDB), que assumirá a vaga de Tereza Cristina (DEM) assim que esta se licenciar para voltar ao Ministério da Agricultura e poderá votar em Rodrigo Maia caso a democrata decida não participar da votação. Fábio Trad (PSD) e Loester Carlos (PSL, o Tio Trutis), ambos em viagens, também são dados como votos certos.

Suporte – A visita a Maia a Mato Grosso do Sul integra a agenda que o presidente da Câmara vem mantendo nos Estados tanto para pavimentar sua reeleição como para estreitar relações com os governos. Na sexta-feira (18) esteve em Cuiabá (MT), ao mesmo tempo em que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), referendou apoio à sua reeleição, tendo como pauta os mesmos compromissos apontados junto a Reinaldo.

Rodrigo Maia colocou a reforma da Previdência como pauta a ser enfrentada pela Câmara ainda neste ano. “É uma prioridade para o Brasil”, afirmou, considerando a medida ainda uma “justiça social” diante de uma grande massa que, ao se aposentar com 65 anos, recebe salário mínimo, ante setores que conseguem o mesmo benefício mais cedo e com proventos maiores.

O presidente da Câmara incluiu no seu rol de preocupações a busca de soluções para o deficit nacional, que antecedem pautas como a reforma tributária e a maior distribuição de renda da União com Estados e municípios e tem entre os fatores de geração o custo para funcionamento da máquina.

“Na administração pública não tem milagre. Não há como discutir a flexibilização da carga tributária sem tratar do deficit. Quando esse problema for solucionado, sobre espaço para melhor atender aos Estados e municípios”, assentiu Reinaldo Azambuja, segundo quem, assim que a questão previdenciária for superada e o rombo no setor sanado, “vai ajudar também Estados e municípios. Faz parte da Agenda Brasil”, complementou.

A eleição para o comando da Câmara acontecerá depois da posse dos novos deputados, em 1º de fevereiro.

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