ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
AGOSTO, SEGUNDA  04    CAMPO GRANDE 20º

Política

MS descarta plano estadual contra tarifaço dos EUA e espera ação federal

Segundo secretário Jaime Verruck, o impacto nas vendas também será contornado pelos próprios frigoríficos

Por Ângela Kempfer e Fernanda Palheta | 04/08/2025 09:32
MS descarta plano estadual contra tarifaço dos EUA e espera ação federal
Secretário da Semadesc, Jaime Verruck (Foto: Henrique Kawaminami)

Diante do aumento de tarifas anunciado pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo de Mato Grosso do Sul não pretende lançar um programa estadual específico para conter os impactos sobre a economia local, assim como alguns estados que têm criado políticas para contornar a situação. A informação foi confirmada pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, em entrevista ao Campo Grande News. A medida, conhecida como “tarifaço de Trump”, afeta diretamente exportações como carne bovina, item de peso na pauta sul-mato-grossense.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O governo de Mato Grosso do Sul não planeja criar medidas específicas para enfrentar o aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, especialmente a carne bovina. Segundo o secretário Jaime Verruck, as indústrias frigoríficas locais já estão adotando estratégias próprias, redirecionando exportações para outros mercados. A expectativa do estado recai sobre o governo federal, que estuda um plano de contingenciamento com linhas de crédito para exportadores afetados. Outros produtos relevantes para MS, como celulose e ferro-gusa, não foram incluídos na lista de sobretaxas americanas.

Segundo Verruck, apesar da relevância do setor de carnes para o Estado, não há previsão de ações locais porque as indústrias frigoríficas instaladas no território já estariam adotando estratégias para driblar o problema. “Aqui nós temos cinco frigoríficos desabilitados para a exportação. A gente está entendendo que, especificamente para Mato Grosso do Sul, eles vão conseguir contornar, dependendo do boi Chile, boi China, conseguem fazer um trabalho um pouco mais adequado”, afirmou, sobre outros destinos para o produto que antes embarcava para os EUA.

O secretário destacou que São Paulo chegou a criar uma linha de crédito emergencial de R$ 200 milhões para o setor exportador, mas classificou a medida como restrita, já que o valor atenderia apenas um número reduzido de empresas. “Entendemos que a dimensão que a gente precisaria fazer, que são essas grandes empresas, a gente não teria como”, explicou Verruck, indicando que a expectativa recai agora sobre o governo federal.

O Palácio do Planalto já disse que estuda lançar um plano de contingenciamento voltado a setores prejudicados pelas tarifas adicionais, com foco em linhas de crédito para exportadores de carne, café e outros produtos. “Provavelmente o governo federal vai fazer”, reforçou o secretário.

Entre os produtos exportados por Mato Grosso do Sul, a carne bovina permanece como o mais sensível às novas taxas. Verruck lembrou que outros itens importantes para a balança comercial do Estado, como a celulose e o ferro-gusa, foram poupados da lista de sobretaxas anunciada por Washington.