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Política

Pode investigar, não roubei dinheiro do povo, diz vereador

Lidiane Kober | 20/04/2015 15:38
Bueno garante que não cometeu nenhum crime (Foto: Divulgação)
Bueno garante que não cometeu nenhum crime (Foto: Divulgação)

O vereador Alceu Bueno (PSL) disse que a Câmara Municipal pode investigá-lo porque “não roubou dinheiro do povo”. A afirmação é em resposta à decisão da Mesa Diretora de instalar Comissão de Ética para apurar suposto envolvimento do parlamentar em uma rede de prostituição. O caso é investigado pela DPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

“Pode investigar, não cometi crime nenhum, não roubei dinheiro do povo”, declarou Bueno ao Campo Grande News. Ele virou alvo depois de denunciar esquema de extorsão, que resultou na prisão do ex-vereador Robson Martins e do empresário Luciano Roberto Pageu. Os dois teriam imagens de Alceu Bueno com duas adolescentes nuas.

“Tive coragem, apenas denunciei uma máfia que estava achacando homens de bem e extorquindo”, completou o vereador sobre o caso. Ele, porém, se silenciou ao ser questionado sobre os motivos de “cair no jogo” da dupla e, inclusive, entregar R$ 100 mil aos supostos chantagistas.

Presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar (PMDB) disse que o caso gera preocupação e somente coletiva do delegado titular da DPCA, Paulo Sérgio Lauretto, deve esclarecer o real envolvimento do vereador. “Se confirmada a veracidade dos fatos é inadmissível que não tomemos uma atitude”, comentou.

Criada a comissão, um sorteio definirá seus membros. Eles serão responsáveis por apurar falta de decoro e deliberar as consequências ao mandato de Bueno, que podem incluir sua cassação. O processo ainda será apreciado pela maioria absoluta do Plenário, conforme determina o Regimento Interno.

O caso – De acordo com inquérito policial, Fabiano Viana teria induzido adolescentes a registrarem com microcâmeras encontros com diversas pessoas, incluindo Alceu Bueno, que é pastor evangélico e está em seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Campo Grande.

O vereador foi procurado, em 23 de março, pelo empresário do segmento evangélico Luciano Roberto que invocou a Deus para oferecer ajuda: “Deus te blindou. Caíram umas meninas que iriam te extorquir”. Ele ainda sugeriu apoio de Robson Martins, que passou por situação semelhante, para mediar a recuperação de imagens com Fabiano e uma suposta cafetina.

Três dias depois, Bueno arrecadou com amigos e empréstimos R$ 100 mil para resolver o problema que continuou com novos pedidos de R$ 24 mil e R$ 50 mil, além do financiamento de viagem de uma cafetina até Minas Gerais. Já sem recursos, ele decidiu recorrer à polícia.

Policiais monitoraram novo encontro do grupo, na última quinta-feira, quando Luciano e Robson foram presos em flagrante após o vereador entregar R$ 15 mil no estacionamento do hipermercado Walmart, na Vila Célia.

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