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Política

Prefeito insiste em novas secretarias e amplia “inchaço” na administração

Edivaldo Bitencourt e Kleber Clajus | 16/07/2014 09:51
Prefeito não sabe onde buscar recursos, mas não economiza na hora de criar novos cargos (Foto: Marcos Ermínio)
Prefeito não sabe onde buscar recursos, mas não economiza na hora de criar novos cargos (Foto: Marcos Ermínio)

O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), mudou, de novo, de opinião e admitiu, na manhã desta quarta-feira, a criação de três novas secretarias. A Prefeitura pode ter 15 secretarias, a maior estrutura administrativa da história do município, apesar da falta de recursos e do fracasso do programa de descontos para arrecadar R$ 300 milhões.
Durante visita a Casa Cor 2014, no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, Olarte admitiu que a prioridade é transformar a Guarda Municipal em Secretaria Municipal de Segurança Pública e Combate às Drogas.

A nova pasta será a 13ª da administração municipal. Olarte vai bater o recorde do antecessor, Alcides Bernal (PP), que criou duas secretarias e elevou o número de pastas no primeiro escalão de 10 para 12.

Desde o início do mandato, em 13 de março deste ano, Olarte já nomeou mais de 1.260 cargos comissionados. Na segunda-feira, ele publicou decreto ampliando em 33 o número de comissionados nas secretarias municipais de Saúde e de Ação Social.

A Guarda Municipal, com a transformação em secretaria, segundo o prefeito, vai contar com mais coordenadorias, que serão criadas para buscar recursos junto ao Governo federal. O comandante da corporação, coronel bombeiro Jonys Cabreira, estima que poderão ser obtidos recursos para programas de combate às drogas.

Para Olarte, a criação de mais cargos na gestão municipal vai permitir a obtenção mais recursos do que os gastos para os cofres públicos. Só com a Secretaria Municipal de Segurança Pública, ele prevê receber R$ 2,6 milhões do Ministério da Justiça. “O critério é a necessidade de ampliar as ações”, justificou-se Gilmar Olarte, sobre o inchaço da administração pública.

Na segunda-feira, ele sancionou duas leis, que criam as secretarias municipais de Ação Comunitária e de Promoção da Igualdade Racial. Ontem, chegou a dizer que não criaria as novas pastas. Hoje, ele admitiu que as duas coordenadorias serão levada ao status de secretaria quando “derem resultado”.

Recorde – A Prefeitura de Campo Grande vai ter o dobro de pastas existentes nos anos 80, quando o prefeito era Levy Dias (seis secretarias). Nas administrações de Lúdio Martins Coelho e Juvêncio César da Fonseca, o município contava com nove pastas.

Nas duas gestões de André Puccinelli e Nelson Trad Filho, a administração municipal tinha 10 pastas. Bernal criou mais duas secretarias, da Juventude e da Mulher, e bateu o recorde anterior, com 12 pastas.

Agora, mesmo com as dificuldades da administração municipal, Olarte espera criar mais três secretarias para acomodar os aliados. Estima-se que os gastos com a nova estrutura deve elevar os gastos em aproximadamente R$ 2 milhões.

O inchaço na administração Olarte é recorde na história de Campo Grande. Como a arrecadação não tem acompanhado o crescimento, o município corre o risco de ultrapassar o limite estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal para o gasto com pessoal, que é de aproximadamente 54%.

Em maio, quando negociou o reajuste de salário com os professores, o prefeito tinha dito que estava operando no limite do teto prudencial no gasto com pessoal. No entanto, não economizou na nomeação de cargos comissionados e o número deve ultrapassar 1,3 mil funcionários sem concurso no município, sem contabilizar terceirizados e professores temporários.

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