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Política

Presidente nega que Câmara tenha ligação com Uemura

Redação | 09/07/2009 08:22

Surpreso. Assim o presidente da Câmara de Dourados, vereador Sidlei Alves (DEM), se define após ter sido preso durante operação da PF (Polícia Federal), que investiga a participação de políticos, empresários e servidores públicos num esquema de fraudes que pode ter custado R$ 20 milhões aos cofres públicos nas prefeituras do Sul do Estado. A operação Owari (ponto final em japonês) resultou na apreensão de quase R$ 500 mil em dinheiro.

Sidlei Alves, que foi preso na terça-feira e solto ontem, relata que não compreende os motivos da prisão, mas é só elogios para a atuação da PF. "O trabalho deles é esse. A Polícia Federal agiu correto, com a prisão de todo mundo".

Negando qualquer forma de relação entre a Câmara e os empresários presos, Sidlei Alves conta que o interrogatório se resumiu a perguntas se ele conhecia os demais presos. Ele acredita ter sido grampeado, devido ao teor dos questionamentos. "Perguntaram se conhecia, se andava junto".

O presidente da Câmara afirma que nunca conversou com Sizuo Uemura (dono de um império empresarial na cidade de Dourados), mas admite encaminhar currículos para a empresa do grupo. "Sou vereador há oito anos e as pessoas vêm pedir emprego. Então peço que tragam currículo e encaminho".

Contudo, de acordo com o presidente da Câmara, a relação não comportava troca de favores ou benefícios. "Eu ligava para o Dudu [Eduardo Uemura] que toca as empresas em Dourados. Conversar, conversava; mas isso é normal para um vereador", garante. Eduardo Uemura permanece preso por força de prisão preventiva.

Conforme o presidente da Câmara, o desejo de auxiliar os eleitores também o levava a manter contato com os empresário Eduardo Leite Dias (que também foi preso), dono da empresa Preservar. "A pessoa vem reclamar que uma árvore está caindo em cima da casa dela. Então, ligava para fazer a cobrança".

Vereador pelo terceiro mandato, Sidlei Alves promete fazer um esclarecimento à população na segunda-feira, dia da próxima sessão. Para ele, a prisão não afeta a condição política dentro da Casa. "Fui indiciado e vou responder a um processo, com direito à defesa".

A operação Owari resultou na prisão de 42 pessoas. Mas, um dia depois, 38 já estavam em liberdade. Permanecem presos o empresário Sizuo Uemura, os filhos Eduardo e Sizuo Uemura Filho e o funcionário identificado como Polaco.

A ação prendeu o vice-prefeito Carlinhos Cantos, vereadores e quatro secretários municipais de Dourados, servidores públicos e assessores da prefeitura. Além do presidente da Câmara de Naviraí, José Odair Gallo (PDT), e o vice-prefeito de Ponta Porã, Eduardo Campos (DEM). Todos já em liberdade.

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