PT quer encontro com Riedel para oficializar desligamento
Parlamentares consideram que saída pode ser gradual para técnicos ligados a programas

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O Partido dos Trabalhadores (PT) aguarda encontro com o governador Eduardo Riedel para oficializar seu desligamento da base de apoio do governo de Mato Grosso do Sul. O anúncio foi feito em coletiva na última sexta-feira, mas a efetivação depende do retorno do governador, que está em viagem à Ásia. O rompimento ocorre após manifestações de Riedel em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e sobre anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O partido, que possui cerca de 25 indicados em cargos comissionados, avalia uma saída gradativa para não prejudicar projetos em andamento nas áreas de políticas públicas LGBTQIA+ e agricultura familiar.
Embora o PT (Partido dos Trabalhadores) tenha comunicado oficialmente o desligamento da base de apoio do governador Eduardo Riedel em entrevista coletiva dos dirigentes na última sexta-feira (8), o desembarque efetivo só deve ocorrer após encontro com o chefe do Executivo Estadual, que segue em viagem à Ásia há pouco mais de uma semana. E ele ainda pode ser gradativo.
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É a possibilidade cogitada pelo deputado estadual Pedro Kemp. Ele apontou esta semana que ainda não foi definido se todos os indicados pelo partido que ocupam cargos comissionados sairão no momento em que o partido pedir ou se alguns, em posições técnicas, seguirão até concluir projetos que estejam envolvidos.
O parlamentar citou, por exemplo, um fórum que está sendo organizado pela Subsecretaria de Políticas Públicas LGBTQIA+ para o final de agosto ou mesmo projetos ligados à agricultura familiar. O PT indicou cerca de 25 pessoas para integrar o Governo Riedel, para as pastas de Cidadania e Semadesc, na Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).
O deputado ainda analisou a possibilidade de que indicados decidam permanecer nos cargos, contrariando a decisão do diretório estadual, o que levará ao afastamento destes filiados.
A deputada Gleice Jane também mencionou a necessidade de garantir a saída sem prejudicar políticas públicas que os indicados estejam envolvidos. Segundo disse, a maioria das pessoas é concursada e assumiu um cargo comissionado.
O partido decidiu romper com o Governo, após aliança iniciada ainda no segundo turno das eleições de 2022, depois que o governador fez postagem na segunda-feira passada se solidarizando com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e condenando a decretação de prisão domiciliar. Antes disso, o PT e Riedel já tinham tido rusgas também por manifestação dele, em relação à anistia pelos atos do 8 de janeiro de 2023.
O distanciamento já era esperado, diante do cenário eleitoral para 2025, com cada grupo devendo ter candidaturas próprias a presidente e governador, mas vinha sendo protelado uma vez que Riedel estava focado em definir seu futuro partidário, diante do enfraquecimento do PSDB.
Já Zeca do PT considerou que as movimentações de Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja- um deve ficar na federação União/PP e outro no PL- prejudicaram a continuidade da parceria. Ele considera que a escolha de ambos, pensando em seus projetos eleitorais, vai gerar um cenário disputado ao Governo do Estado, com a esquerda buscando um nome próprio e a extrema direita também tendo seu candidato. Zeca cravou que a situação deverá levar a um segundo turno para definição do governo, afastando a possibilidade de reeleição imediata de Riedel.