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Política

Vander Loubet anuncia saída do governo após Riedel defender Bolsonaro

Presidente estadual do PT aponta não haver mais afinidade programática e partido deve deixar cargos

Por Maristela Brunetto e Fernanda Palheta | 06/08/2025 12:58
Vander Loubet anuncia saída do governo após Riedel defender Bolsonaro
Presidente do PT, Vander Loubet anuncia saída da base de apoio de Riedel (Foto: Arquivo/ Henrique Kawaminami)

Os petistas deverão deixar cargos e o partido sair da base de apoio do Governo Estadual após a declaração do governador Eduardo Riedel (PSDB) criticando a decretação de prisão domiciliar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente da legenda, Vander Loubet, apontou que não há mais “ambiente programático e ideológico” para prosseguir na base aliada. Os parlamentares do partido já vinham pontualmente divergindo com o Executivo e a manifestação pública acelerou a decisão de desembarque.

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O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou sua saída da base de apoio do governo de Mato Grosso do Sul, após o governador Eduardo Riedel (PSDB) manifestar apoio à anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente estadual do PT, Vander Loubet, afirmou que não há mais "ambiente programático e ideológico" para continuar na base aliada. A decisão afetará aproximadamente 25 cargos ocupados por petistas no Executivo Estadual. O partido já articula novas alianças para 2026, buscando aproximação com PDT, PSB e nomes como Fábio Trad e a ministra Simone Tebet. O anúncio ocorre durante viagem internacional do governador Riedel à Ásia.

Conforme divulgou Loubet, via assessoria, as diferenças se acentuaram. "No segundo turno das eleições de 2022, fizemos um acordo publicamente assumido para apoiar Riedel, por considerá-lo de vertente da centro-direita arejada, sensata, democrática. Entramos no governo pela porta da frente, que é também a porta de saída quando as diferenças entre quem está dentro da mesma casa se tornam inconciliáveis.” Ele mencionou a nota de apoio de Riedel e também do ex-governador Reinaldo Azambuja, ambos criticando a prisão cautelar.

O dirigente do PT contou que já tratou do assunto com os deputados estaduais Pedro Kemp e José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, e o grupo político já busca novos aliados pensando em 2026, mencionando o PDT, do vereador Marcos Trad (PDT) e conversas com o irmão dele, o ex-deputado federal Fábio Trad, nome que Loubet já tinha revelado que era uma aposta do PT para ingressar no partido e disputar as eleições do ano que vem, como um nome para concorrer ao Governo do Estado. Fábio se desfiliou do PSD e segue sem partido.

Ele ainda citou o nome de Paulo Duarte, do PSB, como um aliado que quer atrair para o grupo do PT e a ministra Simone Tebet, do MDB, hoje integrante do Governo Lula. "Demos ao governo a nossa contribuição, atuando e melhorando o desempenho das políticas de fomento à agricultura familiar. E até em Campo Grande, uma gestão de direita, o governo Lula está presente, com 95% dos investimentos que a cidade tem", comentou o presidente do PT no Estado.

Hoje cedo, na Assembleia Legislativa, Kemp e Gleice Jane já admitiam como inevitável o desembarque do grupo de apoio ao governo. Consideraram que o ideal seria a discussão se consolidar em setembro, após a posse dos dirigentes do partido eleitos, incluindo Loubet, mas o apoio expresso ao ex-presidente antecipava a tomada de decisão. “Eu acho que da semana que vem não passa”, diz Kemp. Seriam pelo menos 25 cargos ocupados no Executivo Estadual.

Duarte, esta manhã, antes da divulgação da nota de Loubet, disse à reportagem do Campo Grande News que tem como prioridade estar em um partido que integre o arco de alianças pela reeleição de Riedel. "Eu vou ficar na base do Riedel, então eu não sei qual vai ser a posição do PSB em relação a essa posição. Então, se o PSB tiver uma outra posição, eu não tenho como ficar. Dificilmente eu entro em debates de questões nacionais".

A posição dos petistas é divulgada em um momento em que o governador está em viagem internacional, visitando países asiáticos em busca de novos mercados para exportação de produtos, com previsão de retorno no dia 16. A nota dele em apoio a Bolsonaro foi publicada nesta terça-feira, quando ele já se encontrava em viagem.