Reforma tributária enterra sistema social, diz Cebes
De acordo com a presidente do Cebes, o grande entrave a avanços sociais no Brasil decorre da subordinação "de toda a lógica social a uma política macroeconômica restritiva". "Cuidar da moeda e da inflação passa a ser a função principal do governante", argumentou.
Fleury argumentou que a definição da política econômica é feita por um pequeno grupo de especialistas, e a sociedade permanece alheia à discussão a que tudo mais se vincula.
Na opinião da professora, uma das maneiras de reverter esse processo consiste na reforma do Estado, que deve ser fortalecido.
A democratização dos meios de comunicação representa outra medida que Fleury considera essencial para o fortalecimento dos movimentos populares. "Perdemos a capacidade de incidência na construção de um projeto cultural contra-hegemônico de sociedade. Hoje só intelectuais orgânicos do outro lado têm espaço", destacou.
Para o jurista e professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) Dalmo de Abreu Dallari, a única forma de conferir mais força aos movimentos populares no Congresso é por meio do incentivo à participação popular.
Sônia Fleury tem a mesma posição. "Se conseguirmos abrir espaço para a participação popular, a correlação de forças muda", declarou.
Para o assessor jurídico da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Ivaneck Perez Alves, é fundamental que os movimentos populares aprendam a lidar com o Judiciário.
O advogado disse ainda que não vê dissenso nos movimentos sociais. Ao contrário, para ele o que ocorre é a multiplicação contínua das reivindicações.