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Política

Siufi ameaça convocar Nelsinho para explicar declarações

Redação | 11/01/2010 17:39

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Paulo Siufi (PMDB), ameaçou convocar o prefeito Nelson Trad Filho a dar explicações sobre a declaração à imprensa de que os vereadores estariam "posando de bons mocinhos" ao aprovar o projeto de lei complementar que restringe materiais eróticos e pornográficos.

Segundo o presidente da Câmara, se Nelsinho não procurar os vereadores para dar explicações sobre as declarações, ele poderá ser convocado formalmente a fazer isso.

Siufi disse que já falou com o prefeito por telefone e que Nelsinho teria dito que iria conversar com os vereadores sobre o assunto.

A entrevista coletiva de hoje foi realizada após uma reunião a portas fechadas, na presidência, com 14 dos 21 vereadores, em pleno recesso.

Siufi afirma que em nenhum momento da reunião foi discutida a derrubada do veto anunciado por Nelsinho. Ele diz que essa decisão dependerá da justificativa e do veto e se vai ser total ou parcial.

"Queremos explicações se a afirmação foi genérica. Ficou mais dúbia a declaração dele do que o próprio projeto, que disseram que é dúbio", afirmou o presidente da Casa de Leis.

Não faltaram alfinetadas do presidente - que é um dos autores da lei, ao prefeito. "A maioria (dos vereadores) anda com ele. Diga-me com quem andas e eu te direi quem és", comentou.

Católico, Siufi disse por várias vezes que "a lei é necessária para preservar os bons costumes" e que segue o Estatuto da Criança e do Adolescente. "Você não vai comprar pênis de borracha em uma borracharia, você vai comprar em um sexy shop", disse sobre o costume de posters de mulheres nuas em borracharias.

O PLC 247/09 diz que estabelecimentos comerciais que exibem e comercializam produtos e materiais eróticos e pornográficos deverão adotar medidas para restringir à visualização dos mesmos.

Na prática, revistas pornográficas ficariam com as capas encobertas nas prateleiras das bancas de revistas. A restrição também atingiria outdoors, banners, faixas, cartazes e até cinemas.

Cinemas ou salas de espetáculos só poderiam colocar as propagandas de filmes considerados pornográficos em área interna e reservada, onde não passassem crianças e adolescentes.

A Câmara Municipal de Campo Grande tem um histórico conservador. O parlamento já barrou um título de utilidade pública à ATMS (Associação das Travestis de Mato Grosso do Sul) e tem grandes bancadas católica e evangélica.

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