Visita de Bernal ao TCE ocorre no momento de “devassa” na prefeitura
A visita do prefeito Alcides Bernal e seu líder na Câmara, Marcos Alex Azevedo de Mello, o Alex do PT, aos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) também foi marcada por uma situação extraordinária: a “devassa” nas contas da Prefeitura de Campo Grande. A clara intenção de tentar apaziguar os ânimos, por parte de Bernal e Alex, coincide com a presença constrangedora de técnicos do TCE no Paço Municipal, averiguando documentos e fazendo toda ordem de questionamento aos secretários e gestores.
Aliás, a presença do secretário de Planejamento e Finanças, Wanderlei Ben Hur, que acompanhou Bernal à reunião no TCE, teve o propósito de dar informações sobre contratos e atos financeiros que levaram a Corte de Contas a decretar Inspeção Extraordinária, aprovada por unanimidade no dia 10 de abril. Na semana passada, os técnicos começaram os levantamentos nas contas municipais.
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Durante seu plantão na Prefeitura de Campo Grande, os técnicos do TCE cobram especialmente documentos sobre o contrato emergencial de compra de gasolina, firmado sem licitação com o Posto Emanuele Ltda por seis meses, no valor 855 mil. Também analisam as transferências de rubricas orçamentárias, que totalizam R$ 40 milhões até agora. A essas transferências o secretário de Planejamento e Finanças da Prefeitura de Campo Grande chama de “suplementações” e garante que estão dentro do limite de 5% (R$ 135 milhões) aprovado pela Câmara, enquanto os vereadores a definem como “remanejamentos” que não teriam passado por autorização legislativa.
Há ainda investigação sobre a contratação de pessoal sem concurso público para atuar no combate à dengue. O TCE aprovou também autorização especial para se investigar qualquer outra irregularidade que for detectado no exame dos documentos.