Diretor do HU alega que recebeu hospital mergulhado no “caos”
Empossado diretor do HU/UFMS (Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) após os escândalos levantados pela Operação Sangue Frio, Claudio Wanderley Saab afirmou que recebeu a situação do hospital era caótica.
Saab foi o segundo a ser ouvido pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde, da Assembleia Legislativa, na tarde desta quinta-feira (29).
“Quando assumi a direção do HU, logo após a operação da Polícia Federa, o que encontrei foi o casos”, afirmou Saab, que está à frente do hospital desde o dia 27 de maio deste ano. “A única coisa que tentei fazer foi manter o hospital aberto e atendendo o público”, lembrou.
O atual diretor, que substituiu José Carlos Dorta, envolvido nos escândalos de desvio de dinheiro do SUS (Serviço Único de Saúde), revelou que teve que renegociar diversos contratos, e cancelou outros.
Saab não soube informar quantos contratos tiveram que ser negociados. “Mas fui direto, cheguei nas empresas e falei ‘eu não tenho como pagar, o que vamos fazer?’”, comentou ele, que diz ter conseguido descontos entre 5% e 75% da dívida.
Ainda segundo o diretor do HU, o hospital tem um gasto mensal de R$ 5 milhões, acumulando déficit de R$ 800 mil a cada 30 dias. Saab comentou que a situação deve ser normalizada com a entrada de verba federal, já garantida pela União, mas que ainda não chegou ao HU/UFMS.
A verba da União deve ajudar também na reabertura do PAM (Pronto Atendimento Médico) do hospital.
Saab lembrou que muitas empresas atuam em outros hospitais, cobrando até três vezes menos do que ganhavam do HU. Dívidas com convênios também foram negociadas, em até 18 vezes.