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Economia

Calor e falta de sombra no pasto prejudica produção de carne, diz especialista

Liana Feitosa | 22/09/2014 17:20
Sol forte e altas temperaturas podem afetar produção de carne bovina para consumo. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Sol forte e altas temperaturas podem afetar produção de carne bovina para consumo. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

O bem-estar do animal de corte interfere fortemente na qualidade da carne produzida para consumo, segundo especialistas. Para Fabiana Villa Alves, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte de Campo Grande, a radiação solar e o clima quente podem causar efeitos prejudiciais, tanto na produção e na sanidade, quanto na reprodução.

“Quando falamos em produção animal a pasto nos trópicos, considerando-se as mudanças climáticas e a perspectiva de aumentar ainda mais a temperatura do ambiente, é preciso tomar alguns cuidados para evitar esses efeitos prejudiciais aos animais”, afirma.

As raças bovinas têm diferentes faixas de temperaturas consideradas de conforto térmico. Para os taurinos, essa faixa é de até 27 graus, por isso, sofrem mais com os efeitos das altas temperaturas. Já o zebuíno suporta até 35 graus. O nelore, que pertencente às raças zebuínas, é considerado adaptado ao clima quente. "Algumas características, como a cor da pele e do pelo, e a grande quantidade de glândulas sudoríparas muito eficientes, auxiliam-no a tolerar bem o calor”, explica a Fabiana.

O organismo dos animais se adapta para controlar a temperatura, mas, segundo a especialista, todo mecanismo que usado para isso gera gasto de energia, o que pode refletir em queda de produtividade.

Sombra - Modificações ambientais, como aspersores de água, cortinas e sistemas de ventilação para animais confinados, assim como sombrite 70% ou árvores nas áreas de pastagem, são alternativas eficazes para controlar a questão.

“A sombra natural é mais eficiente porque a árvore, além de bloquear a radiação solar, cria um microclima embaixo daquele ambiente com sensação térmica mais agradável. Assim, é oferecida uma condição de melhor conforto térmico, por se tratar de um ambiente com menor temperatura e, com isso, é possível promover o bem-estar do animal”, acrescenta a pesquisadora.

Segunda Fabiana, a espécie da árvore a ser usada depende de alguns fatores. Por exemplo, em sistemas de iLPF (integração Lavoura-Pecuária-Floresta) na região Centro-Oeste, o eucalipto é muito utilizado devido às condições de solo - ácido e com baixo teor de argila - e ao mercado consumidor existente para celulose, madeira e carvão.

A Embrapa Gado de Corte realiza estudos para analisar tipos de sombra de diferentes espécies de árvores que mais bem atendem as necessidades do produtos, quantificando o benefício para os animais.

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