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Economia

Geadas reduz produção de açúcar em 22% e compromete três safras em MS

Aline dos Santos | 30/09/2013 14:39
Revisão de estimativa da safra foi apresentada por presidente da Biosul (Foto: Cleber Gellio)
Revisão de estimativa da safra foi apresentada por presidente da Biosul (Foto: Cleber Gellio)

Excesso de chuva e as geadas fizeram o setor da cana-de-açúcar amargar queda de 10% na safra deste ano em comparação a 2012. Conforme estimativa divulgada nesta segunda-feira pela Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), o maior impacto é na produção de açúcar.

A primeira estimativa apontava para produção de R$ 2,1 milhões de toneladas do produto. O segundo levantamento rebaixou a produção para 1,7 milhão de tonelada. O total é pouco abaixo do que o registrado na safra 2012/2013, quando foram 1,741 milhão de tonelada.

Conforme o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, as condições climáticas deste ano devem afetar as próximas safras do Estado. “São duas, três safras para se recuperar”, explica. É o pior resultado desde 2009.

Inicialmente, a previsão era de que a produção de cana-de-açúcar crescesse 18,23%, passando das 37,3 milhões de toneladas para 44,1 milhões. No entanto, a nova previsão é colher 40,3 milhões de toneladas. Desta forma, a estimativa de crescimento caiu para 8,04%.

Além da quantidade, a qualidade da cana também foi afetada, com redução da sacarose. A queda de ATR (Acúcar Toral Recuperável) foi de 7%. “Em peso, foram quatro milhões de toneladas de cana. O ATR equivale a outros 3,5 milhões de toneladas”, salienta.

Em valores, as perdas representam R$ 600 milhões. Considerada as mais intensas desde 1975, as geadas de 23 e 24 de julho e, também, 15 de agosto afetaram 100 mil hectares, implicando na perda de peso, sacarose e mudas.

Para os produtores, o ano foi de frustração. “A safra passada teve um abril horroroso. Esse ano estava tudo pronto para antecipar o início do plantio de abril apara março. Mas a chuva veio forte em março e impossibilitou”, relata o presidente da Biosul. Com a geada, a colheita teve que ser antecipada na região Conesul, que responde por 84% da produção de cana de açúcar no Estado.

Um dos efeitos já certo é o atraso no plantio da próxima safra. “Em vez de começar a safra em março, abril. Deve começar em maio”, explica Roberto Hollanda, sobre a entressafra maior. Além de Mato Grosso do Sul, o Paraná também foi castigado pelas geadas.

Os preços – A redução da produção do açúcar e da safra como um todo não deve resultar em aumento de preços do produto nas gôndolas de supermercados nem ser culpado pelo reajuste do etanol.

A formação do preço do açúcar sofre reflexos do mercado internacional. Já a alta do etanol, segundo o presidente da Biosul, reflete a falta de estímulo para o produtor de etanol. Ou seja, o governo federal “segura” o preço da gasolina, mas não tem política similar para o álcool. No Estado, são 22 usinas em operação.

No gráfico, linha laranja mostra queda da colheita em junho por causa da chuva e pico em agosto, quando se correu ao campo para "salvar" cana da geada. Linha em azul mostra produção na última safra.
No gráfico, linha laranja mostra queda da colheita em junho por causa da chuva e pico em agosto, quando se correu ao campo para "salvar" cana da geada. Linha em azul mostra produção na última safra.
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