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Economia

Técnica permite economia de 30% de água no plantio de milho

Liana Feitosa | 25/07/2014 16:06
Apesar de potencial para 30 milhões de hectares, apenas 6 milhões são irrigados no Brasil. (Foto: divulgação)
Apesar de potencial para 30 milhões de hectares, apenas 6 milhões são irrigados no Brasil. (Foto: divulgação)

O produtor rural pode economizar mais de 30% no uso da água para irrigação se utilizar o sistema de plantio direto irrigado. A técnica permite a diminuição da perda de água no solo por evaporação e, nas plantas, por transpiração, justamente pela presença da palha.

Para o engenheiro agrônomo Alfonso Sleutjes, presidente da Febrapdp (Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação), a agricultura irrigada não beneficia apenas para a produtividade, mas também ajuda a minimizar riscos. “Se você tem um plantio direto bem feito, que tenha alguma perda, no sistema irrigado consegue-se uma manter uma média de produtividade ao longo dos anos com menor oscilação, o que ajuda, e muito, na organização de programação do produtor”, explica.

De acordo com o especialista, em Holambra, interior de São Paulo, a produtividade dos cultivos que utilizam irrigação mostram melhores resultados. “Normalmente, a média de crescimento analisada ultrapassou os 15%, 20% nos últimos anos. É visível o nível de investimento, crescimento e estabilidade na agricultura irrigada. Se comparada à de sequeiro, é bem superior”, compara.

Entretanto, para utilizar a técnica, é preciso planejamento, uma vez que investir em equipamentos custa o equivalente a um quarto do valor da terra. Apesar do preço alto, o investimento garante à terra vida útil de 20 a 25 anos. Segundo Sleutjes, é possível quitar o investimento em cinco anos, em média. Sendo assim, restam 15 anos para usufruir da aplicação. "Em alguns anos o sistema é mais utilizado e, em outros, menos. Depende da cultura que vai ser instalada e também do clima. Você não fica dependendo da chuva”, complementa.

Apesar dos casos de sucesso registrados e dos benefícios dessa técnica, apenas 6 milhões de hectares são irrigados no Brasil, que possui potencial para 30 milhões. Um dos fatores que freiam o crescimento desse tipo de agricultura é a distribuição de água no país. “O Brasil é muito rico em água, mas para viabilizar o sistema ela precisa estar próxima. O produtor encontra muita dificuldade para conseguir uma licença ambiental para construir ou ampliar açudes”, afirma.

Além disso, os produtores rurais também enfrentam dificuldades quando o assunto é energia elétrica. A falta de oferta e a má distribuição causam queima frequente de equipamentos, o que pesa no bolso do agricultor, já que os equipamentos precisam de constante manutenção. Mais de 50% do custo operacional é de energia elétrica, explica Sleutjes, mas há regiões em que essa porcentagem sobe para 80%.

Os benefícios da agricultura irrigada são assunto do 14º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, que acontece de 12 a 14 de agosto em Bonito, no Centro de Convenções da cidade. A iniciativa é da Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp) em parceria com a Fundação MS, Sistema Famasul e Embrapa Agropecuária Oeste. O Sistema OCB-MS, a Aprosoja MS, a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Unigran e GPP (Grupo Plantio na Palha) apoiam o evento. Inscrições podem ser realizadas no site da Febrapdp: www.febrapdp.org.br.

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