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Saúde e Bem-Estar

Da tragédia ao bisturi: o incêndio que moldou um dos maiores cirurgiões do país

Cirurgião plástico Daniel Nunes conta trajetória de vida e transformações que presenciou após cirurgias

Conteúdo de Marca - Dr. Daniel Nunes | 17/06/2025 06:30

No mais recente episódio do Podcast Saúde e Bem-Estar, o cirurgião plástico Daniel Nunes compartilhou a evolução da cirurgia plástica facial, seus principais desafios, os equívocos mais comuns entre os pacientes e o impacto emocional que um procedimento pode causar na vida das pessoas.

Antes mesmo de nascer, a cirurgia plástica já havia transformado a história da família de Dr. Daniel. Um incêndio de grandes proporções atingiu a casa dos pais dele, deixando avós e tios com queimaduras graves. O longo processo de recuperação incluiu múltiplas cirurgias plásticas reparadoras e, com o tempo, o que poderia ser apenas uma tragédia passou a ser reverenciado dentro de casa como símbolo de superação.

“Na minha infância, os retornos ao hospital eram frequentes. Cresci ouvindo histórias que exaltavam o cirurgião plástico como alguém que salvou vidas e devolveu dignidade à minha família. Mesmo sem ter vivido o trauma diretamente, fui profundamente marcado por essa reverência”, relembra.

Foi essa memória afetiva, aliada ao desejo de transformar vidas, que o fez decidir pela medicina, ou melhor, diretamente pela cirurgia plástica. Apesar de vir de uma família humilde, conseguiu aprovação em uma universidade federal no Rio Grande do Sul, fez residência em cirurgia geral e, depois, realizou o sonho de estudar na escola do professor Ivo Pitanguy, referência mundial na especialidade. Lá, especializou-se com foco na cirurgia da face. área que até hoje é a sua principal paixão.

Com 20 anos de carreira e ex-aluno do renomado professor Ivo Pitanguy, Dr. Daniel é um dos grandes nomes da cirurgia plástica facial no Brasil. No bate-papo, ele relembra como a experiência de sua família com queimaduras graves, antes mesmo de seu nascimento, despertou a admiração por uma área médica que, nas palavras dele, “salvou e restaurou vidas”. Desde então, trilhou um caminho que o levou a se formar no Rio Grande do Sul e a se especializar no Rio de Janeiro, sob a tutela de Pitanguy, reconhecido internacionalmente como patrono da cirurgia plástica.

“Na época, o conhecimento era guardado a sete chaves. O professor Pitanguy mudou isso ao criar uma escola aberta, com formação técnica e ética”, destaca Daniel, reforçando o legado do mestre, cuja influência ainda molda sua conduta profissional.

Hoje, à frente de uma das maiores clínicas de cirurgia plástica facial de Mato Grosso do Sul, ele atende pacientes de todo o país, priorizando procedimentos com naturalidade. Durante o episódio,  ele detalha o avanço de técnicas como o deep plane facelift, que possibilita rejuvenescimento sem a aparência "esticada" que por anos estigmatizou a cirurgia plástica.

“Hoje, a gente reposiciona a musculatura em vez de apenas tracionar a pele. O resultado é muito mais natural”, explica.

A busca por esse tipo de resultado, segundo ele, tem sido impulsionada pela era digital, em que o rosto está constantemente exposto em chamadas de vídeo, selfies e redes sociais. “Muitas vezes a cirurgia vai além da vaidade. Ela destrava a autoestima, permite que a pessoa volte a se reconhecer e a viver plenamente”, afirma.

O impacto emocional das cirurgias, aliás, é um dos pontos centrais de sua nova empreitada na TV. Em junho, estreou no SBT MS o programa FaceDay – O Dia da Face, série documental que acompanha a jornada de pacientes reais desde a primeira consulta até o momento da transformação. “São histórias tocantes, de quem veio de longe para realizar um sonho. Não é só antes e depois, é sobre a trajetória humana de cada paciente”, comenta.

Ao longo da conversa, o cirurgião faz alertas importantes. Um deles é sobre o mito da cirurgia plástica como “solução definitiva”. Ele explica: “O procedimento rejuvenesce, mas o paciente continua envelhecendo. É preciso cuidar da pele, manter tratamentos complementares e entender que não existe mágica.”

Dr. Daniel também destaca a importância do preparo emocional. Ele é conhecido por recusar cirurgias quando identifica expectativas irreais. “Meu índice de conversão é baixo porque eu seleciono muito. Cirurgia plástica não é um comprimido. Envolve risco, tempo de recuperação, suporte familiar e estabilidade financeira”, pontua.

Outra preocupação crescente é o impacto da cultura dos filtros e modismos estéticos. Ele alerta sobre o risco de dismorfismo facial, especialmente entre jovens, e reforça a necessidade de uma avaliação criteriosa. “Nem toda paciente precisa de cirurgia. Muitas vezes, é o momento de indicar um tratamento menos invasivo ou até um acompanhamento psicológico.”

Investimento consciente

Questionado sobre a busca por preços mais baixos em cirurgias plásticas, Dr. Daniel compara: “É como escolher uma companhia aérea. Aviões comerciais têm estrutura, equipe e revisão. Isso tem custo. O barato, muitas vezes, é perigoso.”

Para ele, informação e prudência devem guiar a decisão. “Não escolha um médico por número de seguidores. Converse com pacientes, busque referências reais. E acima de tudo, procure alguém que cuide de você como gostaria de ser cuidado.”

Com uma abordagem técnica, transparente e empática, Dr. Daniel Nunes transforma não só rostos, mas também vidas. E agora, com o FaceDay, quer dividir com o público essas histórias que, até então, eram vistas apenas do outro lado do bisturi.

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