Hemosul alerta para queda no estoque de sangue às vésperas do fim de ano
Às vésperas do Natal e do Ano-Novo, período marcado por viagens, festas e aumento no número de atendimentos de urgência, o Hemosul em Mato Grosso do Sul acendeu o sinal de alerta para a queda no estoque de sangue. O baixo comparecimento de doadores tem deixado cadeiras vazias nos postos de coleta e colocado em risco o atendimento da demanda típica dos feriados de fim de ano.
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Segundo a gerente de Relações Públicas e Comunicação Corporativa da Rede Hemosul-MS, Mayra Franceschi, o momento atual já é considerado crítico. Apesar de o órgão ainda receber voluntários, o número está bem abaixo do necessário. “O estoque está baixo e não estão vindo doadores suficientes. Este é o maior período de alerta, que vai do pós-Natal até o dia 20 de janeiro”, explica.
Historicamente, o Natal costuma impulsionar a solidariedade e elevar o número de doações. O problema, de acordo com Mayra, é o cenário que se desenha a partir de agora. “Do jeito que está o comparecimento, não sabemos como vamos dar conta até 20 de janeiro”, afirma.
Para manter os estoques em nível seguro, o Hemosul precisaria receber cerca de 200 pessoas por dia, o que resultaria em 150 a 180 bolsas coletadas, considerando os casos de inaptidão identificados na triagem. Hoje, a realidade está distante do ideal com a média diária de 92 doadores. Em dias de campanha, o número pode chegar a 120 ou 130, mas em outros cai para cerca de 60 pessoas, das quais nem todas estão aptas a doar.
Demandas - Os tipos sanguíneos O positivo e O negativo, fundamentais em situações de emergência, estão entre os mais preocupantes. Atualmente, cerca de 60% das bolsas são de O positivo e 70% de O negativo, mas esses percentuais já chegaram a cair para 24% recentemente. Desde a pandemia, o Hemosul enfrenta dificuldades para manter níveis adequados desses tipos.
Mounjaro - Outro fator que tem pesado no aumento da inaptidão para doação é o uso de medicamentos emagrecedores injetáveis, como Mounjaro (tirzepatida) e Ozempic (semaglutida). Segundo Mayra, a chamada “era Mounjaro” tem gerado preocupação em todo o país e, em Mato Grosso do Sul, o problema pode ser agravado pela proximidade com a fronteira do Paraguai, onde há facilidade de aquisição do medicamento.
O sistema de triagem do Hemosul já registra o uso de medicamentos como antibióticos, anti-inflamatórios e, mais recentemente, o Mounjaro entre os motivos de inaptidão. Quem faz uso desse tipo de medicação só pode doar sangue após seis meses sem o medicamento, desde que não haja compartilhamento de agulhas. “Muita gente tem perguntado pelas redes sociais do Hemosul se pode doar, porque está tomando Mounjaro. É uma febre mundial”, relata Mayra.
O Ministério da Saúde, por meio da Coordenadoria-Geral de Sangue e Hemoderivados, já estuda uma norma técnica específica sobre o tema.
Pontos de doação - Diante do cenário, o Hemosul reforça o apelo para que quem está apto procure os postos de coleta. Além da unidade localizada na Avenida Fernando Corrêa da Costa, nº 1304, os interessados também podem doar no Hemosul da Santa Casa e no Hemosul do Hospital Regional. Em um período em que a demanda tende a aumentar, cada doação pode fazer a diferença para garantir atendimentos e salvar vidas.
O que é preciso para doar sangue:
- Apresentar documento oficial com foto
- Estar em boas condições de saúde, não estar gripado ou com outra infecção
- Estar descansado e alimentado
- Ter entre 16 e 69 anos de idade
- O limite de idade para a primeira doação é de 60 anos, 11 meses e 29 dias
- Menores entre 16 e 17 anos de idade podem doar com acompanhamento e autorização do responsável legal
- Pesar no mínimo 51 kg
Quem não pode doar sangue
- Quem teve Hepatite após 11 anos de idade
- Doença de Chagas, Câncer, Sífilis
- Pessoas infectadas pelo HIV e seus parceiros
- Homens e mulheres com parceiro(a) eventual ou múltiplos parceiros sexuais, que mantêm relações com ou sem o uso de preservativo
- Pessoas que compartilham seringas
- Pessoas que fazem uso de drogas injetáveis ilícitas
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