O maior erro é se comparar e não buscar quem entende na hora de emagrecer
Obesidade é doença crônica e exige tratamento contínuo, afirma especialista
No novo episódio do podcast de saúde do Campo Grande News, o médico Dr. Jonathas Canela, que atua com emagrecimento, saúde hormonal e lipedema, defendeu um olhar clínico e contínuo para tratar a obesidade. Ao longo da conversa, ele diferenciou “estar gordo” de “ser obeso”, explicou por que a dieta é a base do processo, quando a reposição hormonal entra em cena e alertou para os riscos do uso de medicamentos sem acompanhamento.
RESUMO
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O médico Jonathas Canela destaca a importância do acompanhamento profissional no processo de emagrecimento, diferenciando obesidade de sobrepeso. Segundo ele, a obesidade é uma doença crônica sem cura, mas com tratamento, e não está relacionada à falta de força de vontade. O especialista alerta sobre os riscos da automedicação e do uso inadequado de "canetas emagrecedoras". Ele enfatiza que a dieta é a base do emagrecimento saudável, e que os medicamentos devem ser utilizados apenas como complemento ao tratamento, sempre com supervisão médica adequada.
“A pessoa gorda ela necessariamente não é obesa. E a pessoa magra ela pode ser obesa”, diz Canela.
Segundo o médico, obesidade é uma doença crônica e, como tal, não tem cura, mas tratamento. “A obesidade é uma doença crônica. Então, se a pessoa tem a doença crônica, a obesidade, ela nunca vai ter cura. Ela pode ter tratamento.”
Ele critica a ideia de que falta de vontade explicaria a condição: “Não é uma fraqueza, não é porque a pessoa não tem motivação, não tem nada a ver com a parte psicológica da pessoa, é metabólica, é biológica.”
“O maior erro é se comparar e não buscar quem entende”
Na largada, Canela apontou equívocos comuns: “O maior erro é não procurar uma pessoa que entenda de fato tratar as dores dela. Outro erro é seguir o que a amiga fez, o que a artista fez, não se compare com ninguém.”
Para quem não consegue atendimento imediato, ele recomenda prudência: “Tenta seguir pessoas séria e vai devagarinho, não seja uma pessoa que faça as coisas na emoção radical.”
Emagrecimento saudável tem dieta como base e ambiente metabólico preparado, diz o médico. “O que realmente vai fazer você emagrecer é a dieta. Os medicamentos vêm para te normalizar.”
Ele ressalta que perder muito peso rápido sem preparo pode adoecer: “Existe um negócio chamado lipotoxidade, quando você perde peso muito rápido, é como se você tivesse envenenando o seu metabolismo.”
Por isso, defende suplementação dirigida para preservar pele, cabelo, unhas e imunidade: “Nós temos um aminoácido, a prolina, precisa da vitamina C, prolina mais vitamina C faz com que a sua pele fique firme.”
Com protocolo e ambiente adequados, diz que a redução inicial pode ser acelerada: “Nossos pacientes perdem em média mulher de 7 a 10 kg no primeiro mês e um homem de 7 e 1/2 a 15 kg.”
“Canetas emagrecedoras”: quando sim e quando não
“Eu não vejo problema das pessoas usarem as canetinhas desde que tenha acompanhamento médico.” Ao mesmo tempo, alerta para produtos sem procedência: “No Brasil, a Anvisa é extremamente rigorosa, farmácias e clínicas você pode confiar. Eu não faria no Paraguai”, diz.
Mesmo com fármacos legítimos, há risco se o uso for inadequado: “Risco, desidratação e internação, existe maneira correta de se fazer e o que serve para você não vai servir para mim.”
Afinal, e o que é o lipedema?
“Lipedema é uma doença da gordura, inflamatório e fibrótica, totalmente diferente da celulite. Gera dor ao toque, hematoma, dificuldade até de caminhar.”
Sobre manejo, ele sugere reduzir impacto, modular hormônios quando indicado e foco em alimentação menos inflamatória: “Fazer um crossfit sem impacto, evitar glúten, consumir, proteínas, vai melhorar… mas não vai ficar 100%, precisa de um tratamento.”
Reposição hormonal tem indicação?
O médico garante que sim. “Os hormônios têm que ser investigados sempre. A mulher não precisa passar pela menopausa… não é normal [perder libido e ganhar peso].” Em homens, avaliar queda de testosterona e sintomas: “O homem depois dos 30 anos começa a cai com testosterona menor, tem que se pensar em fazer a reposição hormonal.”
E o uso recreativo sem avaliação gera consequências: “Espinha, queda de cabelo, a pele fica grosseira. Se você tiver câncer, ele vai acelerar seu câncer.”
Questionado se reposição emagrece por si só, respondeu:“Polêmico… Emagrece? Emagrece. A reposição hormonal bem indicada por si só vai ajudar a eliminar gordura.”
Mas ressalta que músculo protege saúde, mas adesão vem primeiro “Treino de força é mais importante que aeróbico. Quando você faz o emagrecimento de qualquer forma e começa a perder massa muscular, você se torna um obeso sarcopênico.”
Ele cita evidências ligando força de pernas e longevidade: “Quanto maior a circunferência de massa muscular das pernas, mais tempo elas vivem.”
Automedicação também podem ser “atalhos” perigosos, avalia o médico. “As pessoas estão brincando de roleta, virou um comércio extremamente perigoso. A semana passada eu tive três pacientes que foram parar no hospital por automedicação.”
Por que buscar diagnóstico antes de “fechar a boca”?
O médico defende começar pela triagem clínica: “Primeira coisa que eu gosto é entender se essa pessoa é obesa ou ela só é gorda, vai fazer bioimpedância, ver a composição corporal e exames.”
E conclui com a lógica do tratamento contínuo: “Paciente que passa na clínica, que entende sua doença, ela nunca mais volta a engordar.”
O contato para agendamento de consultas é o (67) 99212-5600 (chame aqui)
O podcast é informativo. Para decisões clínicas, procure avaliação presencial e individualizada.

