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Lado B

Frio espanta público no primeiro dia de desfile das escolas em Campo Grande

Luciana Brazil | 09/02/2013 07:29
Primeira noite fica vazia e faz frio. Escola Cinderela anima público. (Fotos:João Garrigó)
Primeira noite fica vazia e faz frio. Escola Cinderela anima público. (Fotos:João Garrigó)

Com um público bem menor do que o esperado, o primeiro dia de desfile das escolas de samba de Campo Grande começou com temperatura baixa, vento frio e arquibancadas quase vazias. Para hoje, com o desfile dos grupos especiais, a expectativa é que a noite seja mais animada.

De acordo com a Polícia Militar, aproximadamente 800 pessoas prestigiaram o evento na noite de ontem. na Avenida Alfredo Scaff, entre as avenidas Aero Clube e Presidente Vargas, na região da Praça do Papa.

A chuvinha leve e rápida que caiu durante a noite não desanimou os mais empolgados em acompanhar a festa. O desfile começou duas horas depois do previsto, às 19h. Os blocos “Afoxé Ilêomôaiye”, Filhos da Terra e Tambores Vento Bom deram início a festa, por volta das 22h. Depois da passagem dos blocos, vieram as quatro escolas do grupo de acesso e uma mirim.

Parte da estrutura dos palanques ainda estava sendo montada às 20h30, horário em que tudo deveria estar pronto. A situação deixou aparente a fragilidade das circunstâncias. Segundo o diretor-presidente da Fundac (Fundação Municipal de Cultura) Júlio Cabral, o atraso na estrutura aconteceu por causa dos contratos encerrados entre a nova administração e empresas terceirizadas.

Apesar de animados, casal diz que esperava mais.
Apesar de animados, casal diz que esperava mais.
Bloco Tambores Vento Bom levou empolgação a quem assistia.
Bloco Tambores Vento Bom levou empolgação a quem assistia.

Cabral disse durante o evento que o número de pessoas presente foi razoável diante de tantos problemas que envolveram a realização do desfile. Segundo ele, não foi feito propaganda sobre o evento, o que também pode ter contribuído para o cenário quase vazio das arquibancadas. “Eu achei que fosse estar até mais vazio”.

A ida do prefeito Alcides Bernal (PP) ao evento estava confirmada, mas foi cancelada por causa do fraco movimento. Conforme Cabral, no desfile das escolas do grupo especial, que acontece hoje, o prefeito dever comparecer.

Moradores do interior do Estado foram acompanhar o desfile, mas acabaram se decepcionando com o movimento e a estrutura. Famílias e jovens que vieram passar férias em Campo Grande lamentaram a realidade presenciada. “Está muito fraco. O carnaval aqui já foi muito bom, mas agora não é mais. Isso precisa mudar”, disse o lombador Marcelo Corrêa, 36 anos. Morador de Três Lagoas, Marcelo alfineta e diz que o carnaval da Capital está bem pior que do interior.

Escola de Taquarussu é a primeira a entrar na avenida.
Escola de Taquarussu é a primeira a entrar na avenida.
Bateria da Cinderela levanta arquibancada.
Bateria da Cinderela levanta arquibancada.

“Antigamente as escolas queriam que as pessoas da Capital fossem pra lá para desfilar, mas hoje é o contrario. Tínhamos que dar exemplo”, completou o músico Cássio Souza, 34 anos.

A maior parte dos entrevistados pela reportagem do Campo Grande News afirmou que o frio inesperado pode ter ajudado a desanimar o público. A expectativa dos organizadores era que cerca de oito mil pessoas comparecessem ao primeiro dia de desfile.

“O carnaval aqui precisa de investimento de verdade. Eles não podem receber tão pouco dinheiro assim”, afirmou Cássio.

Para quem estava na avenida a animação não faltava.
Para quem estava na avenida a animação não faltava.

Administradora Beatriz Merbach, 27 anos, veio de mudança do interior de São Paulo, Casa Branca. Acompanhada do marido e do filho de três anos ela contou estar acostumada com a animação dos carnavais de rua. "Pela primeira vez estamos aqui e achei que fosse mais animado", disse ela.

Quase todos os entrevistados afirmaram estar na avenida pela primeira vez.

Outra problemática apontada por alguns apaixonados pelo carnaval foi o recurso municipal que não chegou a tempo da festa. A Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande) solicitou apoio financeiro à Prefeitura, recurso que seria repassado para o carnaval 2013, às oito agremiações da cidade. O recurso foi aprovado, mas por causa da burocracia jurídica, não foi pago a tempo do carnaval. O repasse só ser efetuado em março, dividido em três parcelas. O valor pago compreenderá 2013 e 2014, segundo Cabral.

“A gente esperava esse dinheiro, mas ficamos gratos com o Bernal. Ele não deixou de nos ajudar, não vamos deixar de receber. Não podemos dizer que foi um baque. Estamos felizes”, disse um dos presidentes da Unidos do Aero Rancho, Alberto de Matos, 49 anos.

Mulher passa mal depois de beber demais.
Mulher passa mal depois de beber demais.
Paradinha da bateria.
Paradinha da bateria.

Escolas na avenida: Sem poder competir, Os Herdeiros do Samba, da Aresm (Associação Recreativa Escola de Samba Mirim), foi a primeira a entrar na avenida, onde falou do tema “Respeito”. Um cadeirante ajudava a puxar o enredo da escola.

A segunda a desfilar, com três carros alegóricos, foi a Estação Primeira de Taquarussu que se voltou à comunidade quilombola, com o tema “Tia Eva – um canto em louvor a São Benedito”.

Em seguida veio a Unidos do São Francisco. Com quatro carros alegóricos e também com presença de uma cadeirante. O enredo falava sobre “As quatro estações”.

Ao entrar na avenida a escola Cinderela Tradição José Abrão levantou o pequeno público na arquibancada. Com grande número de integrantes, a escola apresentou bom desenvolvimento. Um susto quase atrapalhou a escola. Um dos participantes caiu na pista durante o desfile depois de ingerir bebida alcoólica em excesso. Ele foi socorrido rapidamente por uma equipe do Samu (Serviço Médico de Urgência) e foi levado para uma tenda de atendimento. A escola conseguiu manter o desenvolvimento.

Quando a última escola entrou na avenida, as arquibancadas estavam bem mais vazias do que no início. A Unidos do Aero Rancho terminou o desfile por volta de 4 horas da manhã, com o enredo “Os segredos e a magia do número 7”. A idéia inicial foi falar sobre a abolição, mas o algarismo se mostrou mais fácil no quesito assimilação.

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