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A escola católica e a Campanha da Fraternidade

Por José Carlos Pereira (*) | 14/03/2017 10:52

A Igreja no Brasil lançou na Quarta-feira de Cinzas a Campanha da Fraternidade 2017, com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15), com o objetivo de chamar a atenção para o cuidado com a vida, destacando os biomas brasileiros.

Alguns se perguntam ‘o que a escola pode fazer com a Campanha da Fraternidade? Como inseri-la no currículo escolar?’ Por meio dos elementos inculturadores, os educadores podem dinamizar a temática nas sequências didáticas, projetos de investigação e transversalmente no próprio currículo.

A escola católica, de modo especial a escola Marista, assume como projeto educativo todos os anos a Campanha da Fraternidade. Não é mais um projeto que se repete anualmente desde 1964, pelo contrário, as novas temáticas abrem muitas possibilidades de investigação, pesquisa, conscientização e mudança. Não se pode “passar” pela Campanha, ou seja, realizar atividades esporádicas fora da vida das crianças, adolescentes e jovens. É necessário encarnar a temática e produzir efeitos na vida dos alunos, educadores e familiares. Toda ação educativa necessita do engajamento do tripé: família, escola e aluno. A autêntica transformação da educação precisa do comprometimento de todos os envolvidos no processo.

Unificar conhecimento teórico e prático responde ao “Cultivar e guardar a criação”. A cada dia surgem novas necessidades da Mãe Terra, a “casa comum”, para que a vida seja preservada e respeitada na intrínseca diversidade presente em nosso imenso Brasil.

A Campanha nas escolas deve conscientizar e produzir mudanças. Se nada acontecer de novo, não produz fraternidade e defesa da ecologia. E cuidado, não é apenas do “animalzinho de estimação” ou “plantinha de casa”; tudo o que está presente nos biomas precisa ser cuidado, a começar pelas pessoas e demais seres vivos. Ter o espaço educativo bem cuidado e protegido, como as salas de aula, jardins, bosques é importante, mas o cuidado com as pessoas da comunidade educativa é essencial.

Transformar a vida por meio da Campanha passa por simples ações: cuidar e guardar a criação não precisa de grandes projetos, é preciso que cada um faça sua parte para que o todo aconteça. Busca-se longe formas de preservar a criação, mas a preservação começa nas relações do cotidiano. Quem respeita a planta do pátio e os colegas, saberá respeitar todas as formas de vida dos biomas.

A escola Marista trabalha a integralidade do ser, as crianças precisam do processo ensino-aprendizagem dos conteúdos, mas necessitam também vivenciar e praticar aquilo que aprendem. Conhecer sobre os biomas é válido, mas aprender como preservá-los e cuidar para que não se extingam vai além da sala de aula.

As escolas católicas precisam continuar o profetismo de Jesus. Não apenas denunciar, mas anunciar com práticas efetivas o que pode ser diferente. Se os alunos realizarem pequenos gestos concretos, a fraternidade acontecerá e os biomas brasileiros e a vida serão cuidados e defendidos em todas as instâncias. Quem começa ainda criança a cuidar e preservar, será um adulto que fará de tudo para que as formas de vida existentes nos seis biomas brasileiros sejam preservadas.

(*) José Carlos Pereira é diretor geral do Colégio Marista Criciúma, do Grupo Marista.

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