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A morte do Altino na Guaicurus

Por José Tibiriçá Martins Ferreira (*) | 15/02/2012 17:38

Foi noticiado por vários jornais de nossa cidade mais um acidente na Rodovia Guaicurus, ocorrido no domingo passado, à noite que vitimou o agricultor Altino Antunes do Nascimento e pode acontecer outros, uma vez que estamos reiniciando o ano de 2012 com aumento do trânsito, porque está começando a colheita da lavoura do milho e soja. Começaram também as aulas na rede municipal, estadual, e nas quatro universidades de Dourados, sendo que nelas também existem os cursos noturnos.

Além dos demais passageiros, muitos dos alunos da UEMS e UFGD vão de ônibus, de motocicleta e de carros particulares com um fluxo maior na parte da manhã e na parte da tarde. Devido à colheita haverá centenas de caminhões transitando pela rodovia para descarregar o produto colhido nas armazenadoras.

A Rodovia Guaicurus foi construída há mais de trinta anos, feita para a década de oitenta, já estamos no ano de dois mil e doze e nossos governantes não tiveram a capacidade de pensar grande, no futuro. Quando se falava na perimetral norte já deviam ter incluído esse trecho, afinal o fluxo de caminhões aumentou. Recuperaram o trecho de Dourados/Itaporã onde se ampliou a rodovia, cujo trajeto está hoje iluminado, algo que deviam ter feito também quando da ampliação da Guaicurus, só saindo do papel porque o nosso governador precisava se reeleger e a população vota muitas vezes na esperança de dias melhores.

Diante de todos esses problemas, a classe política de Dourados e região deve se unir às entidades representativas, com a participação dos reitores das quatro universidades, duas instaladas na Vila Cerrito, a UNIGRAN e a ANHAGUERA na cidade de Dourados e com a participação dos diretórios acadêmicos poderia pressionar o governo do estado, juntamente com nossos deputados para cumprir a promessa de ampliação da rodovia. Promessa é dívida e o governo do estado existe para fazer o melhor, porque cada dia que passa os problemas aumentarão.

Quem sai de Dourados a partir da Figueira da Comid pode perceber que na primeira rotatória existem duas pistas, uma que vai e outra que vem. Até à curva da antiga pedreira douradense também há duas pistas, uma que vai e outra que vem, com um péssimo acostamento se podemos chamá-lo com esse nome. Da lombada em frente à curva, começam três pistas, uma que vai e duas que vem até a rotatória da Vila Cerrito que tem como destino a Picadinha/Itahum, o Aeroporto e as duas Universidades.

É inconcebível que a ampliação da rodovia fique para depois, será que o governador quer iniciar a obra em 2014 quando pretende se candidatar a senador? E as vidas das pessoas que por ali transitam diariamente como ficam? O governador que demonstra ser um homem inteligente, porque não incluiu a ampliação da Guaicurus no contexto do projeto do Anel Viário? Será que faltou sugestão dos nossos representantes, deputados estaduais e federais? É obrigação dele cumprir a promessa que fez por ocasião da inauguração do primeiro trecho do Anel Viário.

A duplicação da Rodovia Guaicurus já está atrasada, será que o culpado por sua morte é o cidadão Altino que depois de estar em Dourados cuidando de problemas referente ao distrito de Itahum não merecia retornar para casa com segurança? O trecho devia estar já iluminado há muito tempo. Onde está o gestor da Agesul para fiscalizar a rodovia e levar os problemas para seu superior e assim procurar também uma solução para a mesma? Quantas mortes devem acontecer? será preciso morrer um político importante nela para se tomar uma providência como aconteceu com o soldado em frente à Brigada para se colocar uma lombada? Muita gente lamentou a morte do Altino, mas nossos deputados, tanto na área estadual como federal não se manifestaram até agora, cobrando do governo do estado uma solução, apenas vimos notas de pesar.

O que está faltando para se duplicar a Rodovia Guaicurus é vontade política do governo e cobrança dos nossos deputados estaduais e federais. Quando o governador vir a Dourados que imagino ser logo, pois ele tem os interesses políticos na região e costuma vir de avião até o aeroporto da Vila Cerrito, seria importante que a população trancasse sua passagem e exigisse o cumprimento da promessa. Agindo assim, talvez ele providenciasse a duplicação ainda neste ano, pois segundo informações ele jogou para o ano de 2013, pois quer ser senador em 2014, fazer o seu sucessor e como muitos eleitores gostam de votar naquele que faz obras quentinhas, recentes, ele está jogando na esperteza de sempre.

Aproveitando a oportunidade, poderia incluir o trecho de terra do aeroporto até a BR que tem como destino Campo Grande e Ponta Porã, cujo nome apelidei de Estrada do João Gomes, antigo morador do Cerrito.

Nós douradenses e a população da região temos que saber cobrar mais dos nossos políticos, tanto a nível municipal, estadual e federal. Será haverá necessidade de se fazer uma coleta de milhares de assinaturas para a duplicação sair da conversa fiada? Os diretórios acadêmicos das quatro universidades deveriam se unir, afinal existem para quê?

(*)José Tibiriçá Martins Ferreira é advogado e produtor rural no Distrito de Picadinha.

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