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A primeira pessoa

Por Heitor Freire (*) | 10/11/2017 15:07

A difusão dos meios de comunicação de forma tão acelerada nos permite, hoje, divulgar nosso pensamento e ponto de vista, alcançando um público inimaginável anteriormente. Isso me permite, por exemplo, atingir uma visibilidade que não teria sem essa difusão.

No meu site www.heitorfreire.com.br onde publico os meus artigos, tenho mais de trezentos e cinquenta textos à disposição dos internautas. Tenho artigo com mais de 1.000 visitas. E uma boa parte deles com mais de 500, 600 visitas. E o que representa isso? A oportunidade de expor o meu ponto de vista sobre os mais variados assuntos. Meu ponto de vista. O que não quer dizer que busque influenciar ninguém. Apenas expor o que penso.

Na capa do meu site, eu me apresento como livre pensador, condição da qual não abro
mão. Nessa condição, trago hoje, um tema que apresento para reflexão. A hipocrisia que domina o mundo desde o princípio quer determinar o comportamento das pessoas, invertendo a ordem natural das coisas, porque assim pode continuar a exercer o seu domínio e desviar o foco daquilo que é fundamental: a própria pessoa. Age no coletivo em contraposição ao individual.

Assim, o politicamente correto, uma das formas mais utilizadas para a perpetuação da hipocrisia, prega que se deve observar o que a sociedade prescreve e moldar o nosso comportamento por essa prescrição. Determina, por exemplo, que, por questão de educação”, devemos sempre nos referir às outras pessoas nominando-nos por último. Mas pergunto: Qual é a primeira pessoa? Eu, naturalmente. Dessa forma, numa conversa, é mais adequado que em primeiro lugar eu cite em primeiro o meu nome, para depois mencionar as outras pessoas. Essa prática, no entanto, é considerada mal-educada.

Uma disposição que mostra com muita propriedade que eu devo estar em primeiro lugar se observa no princípio do uso da máscara de oxigênio. Nos voos comerciais a orientação é de, preferencialmente, colocar a máscara em si mesmo, para depois colocar numa criança ou em alguém que tenha dificuldade para se proteger. Porque se assim não for feito, pode acontecer de não se ter condição de proteger a si mesmo. Esse fato, naturalmente, não deve nos levar ao extremo oposto, o de nos considerarmos excessivamente como se fôssemos o eixo principal em torno do qual roda o mundo. A virtude está no meio: medio in virtus, já diziam os latinos.
Devemos fugir também do chamado “Complexo do guaipeca (vira-lata)”, mencionado
por Nelson Rodrigues, que entendia que a inferioridade em que o brasileiro se coloca,

voluntariamente, em face do resto do mundo, acaba tornando-o um narciso às avessas, sem pretextos pessoais ou histórico para a autoestima. O foco deve se voltar sempre para a própria pessoa. Eu não posso alimentar alguém por mim. Cada um deve se alimentar por si. E isto é válido tanto na alimentação física, quanto na mental e na espiritual. Se eu não estiver devidamente alimentado não terei condição de alimentar outrem. Em primeiro lugar eu devo me conhecer e me respeitar. Amar-me.

As filosofias que tiveram o seu auge na Grécia antiga no século V antes de Cristo, tendo como expoentes máximos Sócrates, Platão e Aristóteles, se constituíram na base do pensamento ocidental. E tinham como ensinamento básico a máxima: “Conhece-te a ti mesmo”.

Quando Jesus veio, Ele mostrou com toda a simplicidade que sempre caracterizou seus ensinamentos que todos os mandamentos estão sintetizados num só: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Aí estão a Lei e todos os profetas”. Observem bem, ao próximo como a nós mesmos. Eu devo me amar em primeiro lugar. E assim, poderei amar ao meu próximo. Não se pode tirar nada de onde não existe algo.

A minha vida tem me proporcionado um aprendizado constante. Como já disse, sou um
livre pensador. Aprendendo. Aplicando. Entendendo. Confirmando. Procuro agir com altivez, sem arrogância e com humildade, sem subserviência. Como um legítimo e consciente filho de Deus.

Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado.

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