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Algo estranho está se formando

Por Benedicto Ismael Camargo Dutra (*) | 08/02/2015 09:00

Na população em geral cresce a consciência de que na trajetória da humanidade algo estranho está se formando. Não se sabe exatamente o que é, mas observa-se que a crise financeira e econômica estende seus tentáculos e com ela vem o desemprego e a crise social. Paralelamente forma-se, por todo o planeta, a generalizada crise ecológica.

É muito triste olhar para o leito seco de rios e represas ressecadas; é como se a corrente sanguínea da natureza estivesse sendo interrompida e a vida indo embora, enquanto que no tecido social, aumentam os eventos violentos e desesperadores.

Nesta fase da vida é indispensável nos posicionarmos em relação à busca de melhores condições no país e no planeta, pois se recebemos a Terra pronta com todas as condições essenciais para assegurar a vida, também recebemos o dever de beneficiar tudo ao nosso redor.

Com uma população superior a sete bilhões, a vida no planeta está seriamente ameaçada pela exaustão dos recursos naturais, destruição das florestas e poluição química que afeta toda a cadeia alimentar. E o que dizer dos oceanos, considerados inexpugnáveis, mas que agora se mostram cada vez mais comprometidos pela degradação causada pelo lançamento de todos os tipos de lixo e dejetos.

A lei natural da reciprocidade está dando aos humanos o mundo áspero que eles forjaram com o seu egoísmo e apego ao materialismo, desprezando tudo o mais. Atualmente, as misérias e catástrofes se encontram em progressão lançando sombras sobre o futuro. Os grandes grupos econômicos apoiam políticos. Nada a opor quanto à associação entre eles, desde que busquem a continuada melhora nas condições gerais de vida em vez de ficar cuidando exclusivamente de interesses particulares. Os socialistas atribuem as mazelas econômicas e sociais ao capitalismo, alegando que os rendimentos do capital crescem com taxa superior à do crescimento do PIB, gerando, consequentemente, o aumento da desigualdade.

Calcula-se que 1% da população seja detentora de 50% da riqueza total. No entanto, por trás de cada regime está o ser humano tecendo os fios do destino com as suas livres resoluções. Se a semeadura é livre, já a colheita é obrigatória. As engrenagens das finanças e da economia funcionam todos os dias por 24 horas sem parar. Na vida corrida não há tempo para as pessoas refletirem, nem para a natureza se regenerar.

Dramaticamente muita coisa está sendo divulgada pelo mundo sem que se tenha a possibilidade de checar se é falsa ou verdadeira. De todos os lados surge uma enxurrada de informes negativos que mantêm a massa em suspensão, sem parar para refletir seriamente sobre a vida, atualmente transformada em produto de consumo no ciclo: nascer, crescer, buscar prazeres no consumismo e aguardar o desenlace fatal, sem que nesse período surjam oportunidades para aspirações mais elevadas. Na ausência de um ideal nobre, a população decai e embrutece. Grupos de contestação agindo com violência vão surgindo, intranquilizando ainda mais.

O ser humano agarrou-se ao mundo material, esquecendo-se da transitoriedade da vida. O dinheiro se tornou a quinta essência do materialismo, e em função da ânsia do ganho, tudo o mais está sendo menosprezado e prejudicado por pessoas individualistas sem solidariedade e que só pensam em si mesmas e em seus egoísticos objetivos.

Não há interesse em estabelecer um sistema de vida simples e natural sem agressão ao meio ambiente e sua sustentabilidade. Com o afastamento do espiritual, o fluxo da energia beneficiadora da Luz ficou interrompido. A solução está na busca sincera da espiritualidade.

(*) Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, e associado ao Rotary Club de São Paulo. Realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros “ Conversando com o homem sábio”, “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”, e “2012...e depois?”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

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