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Como reconhecer golpe no aluguel de veraneio

Por Daiana Staudt (*) | 26/12/2024 08:30

Com a chegada do período de férias, a perspectiva de momentos de lazer e a diversão com família e amigos enchem de entusiasmo quem pretende alugar um imóvel para veranear. Contudo, a mesma internet que facilita a busca por alternativas de aluguel e hospedagem pode também esconder armadilhas capazes de transformar o tão aguardado descanso em um transtorno. Diante disso, é fundamental conhecer formas de se proteger de possíveis fraudes e entender como agir, caso seja vítima de um golpe.

A Lei do Inquilinato estabelece a possibilidade de se exigir o pagamento antecipado do aluguel. Entretanto, o simples fato de a lei autorizar esse tipo de cobrança não significa que não seja necessário cuidado redobrado na negociação. A pressa e a falta de verificação das informações costumam ser os principais ingredientes para fraudes.

O primeiro passo consiste em analisar o anúncio com rigor. Verifique se há coerência entre descrição, valor de aluguel e fotografias apresentadas. Desconfie de valores muito abaixo do mercado, pois podem ser indícios de golpe. Utilize ferramentas de mapas e aplicativos de geolocalização para confirmar se o endereço informado realmente existe e corresponde ao imóvel descrito.

Em seguida, exija informações completas do anunciante. Solicite o número de telefone, os documentos de identificação e a matrícula do imóvel (disponível nos Cartórios de Registro de Imóveis) para verificar se, de fato, o locador é o proprietário ou alguém com poderes legítimos para alugar.

Caso não se sinta seguro para conduzir o processo por conta própria, considere contratar um corretor de imóveis credenciado ou recorrer a uma imobiliária. Para conferir se o profissional ou a empresa estão devidamente registrados no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI), acesse o site oficial do respectivo conselho na sua região. Esta simples medida já afasta grande parte dos riscos de negociar com falsos anunciantes.

A discrepância entre as fotos divulgadas e a situação atual do apartamento ou casa é outro problema comum. Infestações de animais, ausência de manutenção em áreas de lazer (por exemplo, piscina) e diversas outras surpresas desagradáveis podem comprometer as férias.

Para minimizar esses riscos, agende chamada de vídeo com o anunciante, solicitando uma demonstração ao vivo do imóvel e, em caso de inviabilidade, busque referências de vizinhos ou zeladores, confirmando a existência e as condições do local.

De modo geral, os golpistas agem com pressa, oferecem poucas informações e costumam insistir na antecipação integral do valor, sem fornecer elementos que atestem a legitimidade do negócio. Para não cair em armadilhas, mantenha um registro organizado das tratativas, incluindo conversas, fotos e documentos recebidos. Se ainda assim for vítima de um golpe, procure a autoridade policial, registre ocorrência e preserve todos os meios de prova. Em seguida, contate um advogado para avaliar as medidas jurídicas cabíveis. Ao seguir esses cuidados básicos e adotar uma postura cautelosa, é possível aproveitar o período de férias com tranquilidade.

(*) Daiana Staudt é advogada e negociadora com experiência de 20 anos no mercado imobiliário. E-mail: daiana@staudtadvocacia.com.br.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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