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'Em tempos de crise, a felicidade é a solução'

Por Mauricio Patrocinio (*) | 29/09/2015 08:18

Que paradoxo tão estranho esse, não é? Pois é, mas saiba que essa é a maior verdade. Por natureza damos mais atenção ao negativo do que ao positivo. Se permitirmos, vemos sempre o copo pela metade como meio vazio. Essa é uma defesa natural. Nossa memória sobre os perigos que já passamos é naturalmente maior que a memória dos prazeres e alegrias que tivemos, justamente para estarmos mais em alerta para o que pode vir.

Administrar essa natureza e sobretudo dominar os nossos medos, a nossa negatividade, é uma das chaves para vivermos uma vida mais feliz. Temos de transformar o medo em cautela, já que, se nos deixamos dominar pelo medo, nos paralisamos.

Em tempos de crise, a tendência é justamente nos paralisarmos, frearmos todos os projetos que temos, deixar de cuidar de nós mesmos. Esse é o maior erro, tomar decisões impensadas. Na verdade, sobre as decisões, quanto mais impulsiva e dominada pela emoção, mais imatura ela é e as chances de continuarmos em meio a um ciclo de autossabotagem e autodestruição é gigante.

A crise mostra que há elementos dos quais não temos controle, que necessitam de mais atenção. O erro está justamente em parar tudo e se entregar a ela, aí que ela justamente chega. Desconectar-se da sua essência em tempos de crise é um tiro na cabeça. É justamente nesse momento que se deve ter claro quem você é (seja pessoa física ou empresa), ter claro o seu propósito de vida, seus valores (coisas das quais não abre mão) e sua visão de futuro. Na crise se cresce. Ela vem para nos tirar da zona de conforto e sermos melhores do que sempre fomos. Os desafios fazem justamente isso em nossa vida. O que seria dos recordistas nas diversas modalidades esportivas se não tivessem desafios? O que seria dos recordistas sem um concorrente próximo, impulsionando-o a quebrar suas barreiras pessoais? Muitos se entregam aos medos e param, ficam estagnados. Outros, em desespero, se desconectam dos seus valores e passam a fazer atos ilícitos que trazem não apenas uma crise passageira, como todas são, mas uma crise eterna com as consequências do ilícito que cometeram. Discuti outro dia com um conhecido que afirmava que, se sua família passasse necessidade, ele chegaria a roubar. Obviamente me afastei dele, já que não compartilho desse valor. Eu não roubarei jamais, mas sim me sujeitaria a fazer coisas lícitas e honrosas que não desejava, no intuito de cuidar da minha família da melhor maneira que pudesse, tratando de evoluir sempre.

Durante a tempestade, sair correndo desesperadamente apenas irá nos expor ao perigo. Devemos ter cautela e encontrar um abrigo seguro. Na crise, o abrigo seguro é a criatividade aliada a princípios sólidos e a vontade de fazer algo que ninguém acredita.

A crise coloca nossos valores e talentos à prova. Basta não nos entregarmos a ela, mas colocarmos esta como um desafio a ser vencido.

Já dizia meu avô: “Filho, isso também vai passar!” Quero que, quando passe, eu esteja em outro patamar, preparado para aproveitar a bonança.

Em meio a crise, muitos estão crescendo. Palestrei outro dia para uma empresa que fabrica lápis de cor e que, em meio a crise, tem apresentado resultados bastante positivos. Sabe por quê? Por conta da onda dos livros de colorir. Melhor exemplo é que estão o tempo todo pensando com criatividade em como continuarão crescendo e não se entregando à crise como muitos.

O dólar está alto. Pois bem, os exportadores estão faturando como nunca, já que o custo dos produtos por conta do câmbio estão muito mais baixos lá fora.

Muitos dos meus conhecidos que perderam o emprego, estão agora empreendendo. É neste momento que se fazem os maiores empresários do futuro. Outros que estão empregados, continuam porque são os melhores no que fazem e as empresas sempre precisarão dos melhores.

Voltando à metáfora da tempestade, é nela que os galhos fracos caem e sobrevivem os fortes. Cabe a você decidir se deixará ser levado pela tempestade ou se ficará firme e forte em seu propósito e valores para vencer a tempestade, já que, como dizia meu avô: Isso também vai passar.

(*) Mauricio Patrocinio, presidente de uma multinacional por oito anos, o empresário deixou a vida de executivo para discutir a felicidade, assunto com o qual se preocupa desde criança, quando perguntava para sua mãe: "Por que as pessoas não são felizes?" Em meio à crise, Mauricio tem realizado palestras Discutindo a Felicidade (seu projeto de vida), gerando resultados e criando ciclos de positividade no público geral e em meio a empresas.

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