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Fascínio ou obsessão, estar na política, a qualquer custo?

Por Benê Cantelli (*) | 17/09/2012 18:27

Dá-me a impressão de que para algumas pessoas, estar ou participar da engrenagem do poder, é uma questão de sobrevivência que faz atravessar qualquer fronteira, talvez, até as fronteiras daquilo pudesse beirar o ridículo.

O que dirão os tais? Quem sabe, vitimas de uma missão divina

que os impõe a estar participando até de eleições de bairro, sempre ao serviço do povo?

De verdade, ainda não sabia, mas há pouco fiquei sabendo que o ex-governador, Zeca do PT, é candidato a vereador em Campo Grande. Não bastasse essa estupefação, outra maior adveio quando fiquei sabendo que Heloisa Helena, que já foi senadora e candidata à presidência da República do Brasil, agora é candidata a vereadora pela cidade de Maceió.

Entendo que, para alguns, o estar no meio, isto é, participando, em qualquer cargo eletivo basta, pois o que importa é estar nas barras do poder.

Acaso, não chamaria a atenção o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sair candidato a vereador, juntamente, com outro ex-presidente, o Lula, na cidade de São Paulo?

Na verdade, não conheço caso semelhante, contudo, para alguns, ou, melhor, para os que estão nessa e, também, para aqueles que vão se aproveitar das rebarbas que sempre sobra, entenderão que é a coisa mais normal. Dirão mais: “Ser presidente, governador, senador ou outra função é tão importante na ordem do dia, como ser vereador”. Afinal, diriam: “Um é tão importante quanto o outro”.

Está na veia, diriam outros. Estar na veia, tudo bem, mas a qualquer custo e arrumando razões para tal, ainda não me convence.

Há alguns casos em que o ridículo passaria a ser, no mínimo, risível. Imaginou vermos Paulo Maluf candidato a vereador em São Paulo?

Não estou diminuindo o valor e, nem muito menos, a referência coberta de importância que tem a função de um vereador, tanto que, em muitos lugares, seus salários superam em muito, o de médicos, professores, engenheiros e etc. O que indagamos é sobre a questão de ordem na importância que entendo muito maior, tal qual, a de um senador ou governador.

Em países bem mais desenvolvidos, como exemplo, Estados Unidos e a maioria dos europeus, quem desempenhou cargos ou função de grande relevância no país, continuam tendo uma influência ímpar nas decisões políticas. Evidentemente, que sem ganhar salário ou qualquer outro tipo de proventos para isso.

O fato de a Justiça ter cortado o salário dos ex-governadores do Mato Grosso do Sul, poderia estar gerando essa necessidade de voltar a participar de uma eleição? Por outro lado, a senadora supracitada, como professora universitária, estaria necessitando complementar seus proventos, agora como vereadora, ou estaria postando-se na berlinda do voto, para ser lembrada como candidata ao senado, daqui a dois anos?

Muitas coisas, ainda não entendo, esta é uma delas.

Em tempo, foi preso, em flagrante, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), com apoio da Promotoria de Justiça, o presidente da Câmara Municipal de Bonito, Reginaldo dos Reis Nunes Rocha, do PT, pelo crime de extorsão, conforme noticiou o Portal do Ministério Público Estadual.

A ideia é de que o salário de vereador, para alguns, ainda é pouco...

Para finalizar, com gosto muito ruim na boca, em plena segunda-feira, também fiquei sabendo que, em sendo eleito na cidade de Naviraí, como prefeito, o deputado Onevan de Matos, o homem que botou a boca no trombone, espalhando coisa feia e nojenta no ventilador, acusando nosso governador, desembargadores, a própria Assembleia Legislativa, Ministério Público e outros mais, o Ari Rigo, o tal que aprontou tudo isso, reassumirá seu posto de deputado, por ser o primeiro suplente na coligação.

Durma com esse barulho!

(*)Benê Cantelli é professor.

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