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Fraternidade viva

Por Silas Fauzi (*) | 30/03/2012 07:00

Prestes a completar seu jubileu, a Campanha da Fraternidade de 2012 nos presenteou com um tema um tanto quanto complexo e oportuno para se fazer um debate com qualidade e sempre visando à busca de um entendimento para que a saúde pública seja realmente um meio de contemplar nossas necessidades. Com o lema “Que a saúde se difunda sobre a Terra”, extraído do livro do Eclesiástico, capítulo 38, versículo 8, a citação é um alento para que todos, indistintamente, possa ter acesso a uma saúde pública de qualidade e um atendimento mais humanizado.

O próprio texto base, que nos subsidia nas formações, nos instiga a trabalhar princípios básicos de como ter um maior cuidado com a nossa própria saúde, disseminando práticas de vida saudável. Outro ponto discutido no texto é o cuidado com nossos enfermos e a valorização das pastorais e serviços que a Igreja dispõe sobre essa temática, como por exemplo as obras de caridade como o asilos, hospitais, lares de acolhida e as pastorais.

Por último, o texto nos estimula o debate sobre a realidade do SUS (Sistema único de Saúde), seus avanços, conquistas e seus inúmeros desafios e, seguindo nessa perspectiva, também nos incentiva a participar das instâncias de decisões como conselhos de saúde e conferências.

Para isso, a Igreja Católica do Brasil inteiro e, especialmente, a de Campo Grande, realizou e está realizando várias atividades de divulgação e formação sobre o tema. Aqui na capital, após a realização de um grande encontro com mais de 700 lideranças da Igreja, houve também formação nas comunidades católicas, programa de rádio específico sobre o tema na rádio Imaculada Conceição (AM 580), mesa redonda com os deputados estaduais, debates em universidades, sessão solene na Assembléia Legislativa, audiência pública na Câmara dos Vereadores, diversas entrevistas em emissoras de rádio e televisão e a execução do projeto “Promover saúde é promover vida”.

Os temas das Campanhas da Fraternidade nunca se esgotam. A não ser que aja efetivamente uma força tarefa de todos os agentes sociais, poder público e sociedade, caso contrário, o tema nunca se esgotará, ainda mais quando se tem um tema de alta relevância como o desse ano. Então, mesmo não se esgotando, o tempo de reflexão, debate e divulgação acaba se findando junto com o período da Quaresma. E um dos grandes momentos da CF é a Coleta da Solidariedade que será realizada nesse Domingo de Ramos, dia 01 de abril.

Parte da coleta (60%) será revertida para a ação social da Arquidiocese e esse montante será partilhado entre as pastorais para a realização dos seus trabalhos durante o ano inteiro, até a próxima Campanha que em 2013 será sobre Juventude. A outra parte (40%) vai para a Cáritas Brasileira, organismo ligada diretamente a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que trabalhará na execução de projetos sobre a temática nos Pais inteiro.

Além do trabalho de evangelização, as pastorais têm um trabalho muito forte no tocante às questões sociais, e muitas dessas pastorais acabaram surgindo após a realização de uma Campanha da Fraternidade, como, por exemplo: a Pastoral dos Migrantes (1980), a Pastoral da Saúde (1981), a Pastoral Afro (1988), e tantas outras.

As pastorais realizam um trabalho profético de acompanhamento, denúncia, serviço e diálogo com as demais igrejas, cristãs e não cristãs, e com as forças vivas que contribuem para transformar a sociedade em que vivemos. E muitas vezes acabam cumprindo um papel que seria do próprio Estado como é o caso da Pastoral da Criança.

Como a messe é grande e poucos são os operários (Lc 10, 2), os recursos para se trabalhar essas pastorais também são escassos e é por isso que a Coleta da Solidariedade de Domingo (de Ramos) é de suma importância. Façamos então uma reflexão, inspirada e motivada por esse espírito quaresmal para que o serviço pastoral possa continuar cumprindo um papel de transformação da realidade social de um país que, apesar dos avanços econômicos, ainda há muita desigualdade entre os que têm e os que não têm acesso aos seus direitos e a uma vida vivida dignamente como preconiza o próprio Jesus de Nazaré: “eu vim para que todos tenham vida e a tenham abundância”.

(*)Silas Fauzi é professor e militante das Pastorais Sociais.

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