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O Brasil, as reformas... E mais palhaçadas?

Por Giuseppe Tropi Somma (*) | 04/03/2011 06:04

A Reforma Política feita pelos próprios políticos, prestará? NUNCA!!!

Nosso país é gigante em tudo. Temos o maior território cultivável do mundo, com uma população rural das mais carentes; temos as maiores reservas minerais, mas o combustível mais caro do mundo; a maior diversidade populacional do mundo, em franco crescimento, mas com o maior desnível social; temos a maior taxa tributária do mundo e ainda pagamos pedágios e convênios médicos, se quisermos viajar ou continuar vivos; temos uma das maiores classes políticas, com os maiores salários, e a maior corrupção do mundo; temos as leis mais complexas e a maior impunidade do mundo; temos o maior mercado de trabalho, mas com as leis trabalhistas mais complexas do mundo, uma aberração que se contrapõe aos direitos constitucionais de cada um e que serve apenas para produzir litígios sociais, desestímulo ao trabalho e ao empreendedorismo; somos a sociedade tributariamente mais massacrada, e a mais paciente e passiva do mundo; somos o povo mais pacífico, mas com um dos maiores índices de assassinatos do mundo. Até quando tudo isso vai persistir? Precisamos urgentemente de um basta! O nosso mal está na base das nossas instituições.

Pensar grande faz bem ao próprio ego; pensar em PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), por exemplo, que tem um custo elevadíssimo, é bom, mas há outros programas que não custam nada, apenas a vontade política, e são de uma importância infinitamente superior à do PAC. Vamos fazer o PAC, sim, mas por que não fazer concomitantemente o PACS (Programa de Aceleração do Crescimento Social)? Ele consiste em reformas básicas de que o Brasil precisa urgentemente.

Nós devemos crescer como sociedade! Acabar com os entraves negativos e crônicos que nos deixam comparados aos piores países do mundo. Precisamos de reforma política, judiciária, tributária, trabalhista, constitucional. E para que essas reformas sejam sérias e de alto nível, não podem ser elaboradas com a participação de semi-analfabetos, como aconteceu na reforma constitucional de 1988: devem ser elaboradas pelos expoentes da melhor inteligência nacional, podendo inclusive fazer parte de teses nas melhores universidades do país.

Todas as leis feitas para disciplinar atos de seus próprios autores sempre foram, são e serão aberrações contra a inteligência e o respeito humanos. Para que uma reforma política seja eficiente, por exemplo, jamais deve ser feita pelos próprios políticos; deve sair da reciclagem ou fusão de várias versões e sugestões apresentadas pela sociedade e, no fim, aprovadas por uma comissão em que todas as classes sejam representadas, inclusive a política. Assim deveria ser com o Judiciário.

Ministros do Supremo Tribunal Federal, por exemplo, não podem continuar sendo eleitos pelo presidente da República e correr o risco de atuar num regime de apadrinhamento. Isso faz com que um presidente reeleito controle quase a totalidade dos atos do Supremo, graças à rápida reciclagem de seus componentes. Assim como as leis trabalhistas não podem ser ditadas por sindicalistas. Precisamos de leis que coíbam a demagogia, porque essa é a maior praga dos países subdesenvolvidos.

Sindicalista não poderia passar diretamente de uma atividade sindical para um cargo político eletivo sem um espaço de uns oito anos, para não incorrer no desvirtuamento de seus falsos propósitos sindicais sobre os verdadeiros propósitos políticos, prejudicando o real progresso nacional. Precisamos, sim, de reformas sociais profundas, mas dentro dos conceitos da verdadeira democracia, em que o povo seja realmente soberano e não fique a serviço da casta política.

Chega de copiar o lixo que os outros países produzem. Temos um exemplo bem atual: recentemente fomos surpreendidos com o lançamento de novas cédulas de R$ 50 e de R$ 100. Isso não é coisa insignificante, mexe com a vida diária de cada cidadão. Deveriam ter consultado o povo e não agir segundo os caprichos de seu autor.

Quiseram fantasiar e criar medidas estrambóticas, notas que não cabem na carteira e, quando as recebemos, já as colocamos para serem as primeiras a ir embora, pois são por demais incômodas. Quiseram copiar os países do Euro com pretexto de ajudar os deficientes visuais, sendo que, para isso, não precisavam recorrer ao tamanho, existem muitos outros recursos. Mas, se Deus quiser, essas notas terão o mesmo fim das últimas e famosas cédulas plásticas de R$ 10 que todos detestávamos e que emporcalhavam nossos bolsos.

Todas essas coisas são frutos da arbitrariedade administrativa, em que de um lado só se banqueteia e ao povo só é servido PF (prato feito). Por isso, eu digo: precisamos de reformas, de instituições exemplares, para construir uma nação moderna, um modelo mundial de sociedade justa e democrática. As verdadeiras reformas, extremamente importantes, precisam de “patriotas” corajosos!

Quem sabe, brevemente possamos dizer: demorou, mas conseguimos! E por iniciativa de quem menos esperávamos!

(*) Giuseppe Tropi Somma é empresário e presidente da ABRAMACO (Associação Brasileira da Ind. e Com. de Máquinas de Costura Industrial).

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