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Redução de desigualdades

Por Luiz Gonzaga Bertelli (*) | 21/11/2016 14:40

Nos últimos anos, as políticas de inclusão ganharam mais visibilidade, principalmente com a valorização da identidade cultural, da história e da contribuição dos negros para o Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílio (Pnad) 2014, entre a população autodeclarada preta e parda, estão 53% dos brasileiros -- 5,3 milhões a mais do que o número registrado em 2004, o que equivale a duas vezes a população de Salvador/BA.

Na semana dedicada à consciência negra, duas leituras podem se fazer desse crescimento. Um é a auto-aceitação da raça. Outro é a intensificação da rejeição a atitudes racistas e discriminatórias, aliás, transformadas em crimes passíveis de prisão. É claro que ainda se trata de um processo lento, mas que vem ganhando terreno em várias áreas. Na educação, por exemplo, já existem ações afirmativas, das quais o sistema de cotas em universidades públicas é um exemplo.

O CIEE, entidade filantrópica que há 52 anos trabalha para facilitar a inserção dos jovens no mercado de trabalho, também está atento às questões da inclusão da juventude negra. Neste ano, durante as comemorações dos 128 anos da Abolição da Escravatura, celebrou dois acordos com a Sociedade Afrobrasileira de Desenvolvimento Sociocultural (Afrobras), mantenedora da Faculdade Zumbi dos Palmares.

Um deles concede acesso à plataforma de educação à distância do CIEE aos estudantes da faculdade e aos integrantes da Afrobras. O outro acerto objetivou a realização de ações conjuntas para estimular a inserção de jovens afrodescendentes no mercado de trabalho, contribuindo para reduzir desigualdades seculares.

Na ocasião, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, destacou a atuação do CIEE em favor dos jovens: “O mercado vive um desequilíbrio entre oferta de mão de obra e escassez de emprego. Os jovens, às vezes, saem da faculdade e não têm como se colocar no mercado. Daí a importância do intercâmbio realizado pelo CIEE.”

Desde os anos 1960, o CIEE já encaminhou 16 milhões de jovens ao mercado de trabalho por meio do estágio e aprendizagem. Atualmente cerca de 500 mil estagiários participam de programas de capacitação prática em empresas, órgãos públicos e entidades do Terceiro Setor.

No programa Aprendiz Legal – parceria do CIEE com a Fundação Roberto Marinho – mais 73 mil aprendizes em formação atualmente em organizações de diversos setores. Uma batalha diária pela inclusão dos mais desfavorecidos, abrindo-lhes oportunidades salutares para o exercício da cidadania.

(*) Luiz Gonzaga Bertelli é presidente do Conselho de Administração do CIEE, do Conselho Diretor do CIEE Nacional e da Academia Paulista de História (APH)

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