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Ressignifique o luto com esperança

Por Paula Guimarães (*) | 08/06/2019 10:17

Muitas vezes tratamos o “luto” somente como a perda de uma pessoa que amamos. Mas podemos considerar também como luto um “relacionamento que terminou”, um “trabalho que não deu certo” e até mesmo uma “demissão inesperada”.

Este tempo de “luto” é um tempo para absorvermos o que aconteceu, necessário para que possamos refletir e nos organizar a partir desse momento. Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), “O luto é um processo emocional saudável, importante para a manutenção da saúde mental, que se desenrola em função de uma perda, real ou abstrata.” Na década de 1960, no entanto, a psicóloga suíça Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004) descreveu cinco fases que, de maneira geral, compõem o processo do luto:

A negação - quando a pessoa tenta negar a existência do problema ou situação e, às vezes, evita até falar sobre o assunto. “Isso não pode ser verdade!”, pensa;

A raiva - é comum aparecer revolta e ressentimento quando a pessoa se dá conta da perda. “Por que eu?” É o pensamento recorrente;

A negociação - quando a hipótese da perda começa a se concretizar, é comum que a pessoa tente reverter a situação, fazendo um acordo consigo, com outra pessoa ou com Deus;

A depressão - ocorre quando a pessoa toma consciência de que a perda é inevitável. Tristeza, desolação, apatia e medo são sentimentos comuns nessa fase. Não deve ser confundida com a doença diagnosticada como depressão, que envolve um desequilíbrio químico e necessita tratamento específico;

A aceitação - é a fase que a pessoa aprende a viver sem aquilo que perdeu. Não significa esquecer ou não sentir mais tristeza ao se lembrar do fato.

A situação que nos ocasionou o luto jamais será esquecida, mas será amenizada com o passar do tempo. E o que nos faz seguir adiante? Uma mãe que perde um filho, por exemplo, jamais o esquece, mas ela precisa seguir adiante. Essa força tem nome: é a “esperança”. Papa Francisco, tem nos ensinado que passar a vida se lamentando: acontece com quem “prefere a falência”, “não suporta a esperança”, “não suporta a ressurreição de Jesus”.

A esperança precisa ser a nossa companheira nos momentos difíceis, e ela pode se manifestar de várias formas: por um afeto de um amigo, uma música com uma melodia que nos traz bons sentimentos e até mesmo por uma partilha de um sacerdote. Que tenhamos sempre o nosso olhar sensível para esses gestos, que o nosso olhar possa estar sempre voltado para Deus. Por mais difícil que seja uma situação, e que aparentemente falte a “esperança”, Ele é quem gera toda “esperança” em nosso coração.

(*) Paula Guimarães é missionária da Comunidade Canção Nova, palestrante, administradora, jornalista, apresentadora da TV Canção Nova e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.

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