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Trump vence as eleições nos EUA: o que isso significa para Campo Grande?

Por Cristiane Lang (*) | 07/11/2024 13:28

A vitória de Donald Trump nas eleições americanas marca o retorno de uma liderança marcada por fortes posicionamentos políticos, econômicos e sociais que reverberam no mundo todo, inclusive no Brasil e em Campo Grande. Embora as relações entre a política dos EUA e o cotidiano dos brasileiros pareçam distantes, há várias áreas em que o impacto pode se fazer sentir, especialmente em um contexto globalizado onde a economia e políticas externas de uma superpotência têm grande influência. Vamos entender como essa mudança pode afetar a capital de Mato Grosso do Sul.

1. Impacto econômico: exportação e comércio

Campo Grande, embora não seja um grande polo industrial, desempenha um papel importante na agricultura e pecuária, setores que frequentemente dependem de exportações para os EUA e outros países. No governo anterior de Trump, houve uma postura protecionista que gerou tensão nas relações comerciais dos EUA com seus parceiros. Se essa abordagem for retomada, o Brasil pode enfrentar novas barreiras tarifárias ou restrições, afetando o comércio de soja, carne e outros produtos. Como resultado, produtores de Campo Grande e região podem sentir um impacto em sua renda, o que repercutiria na economia local.

2. Investimentos estrangeiros e inovação

As políticas de Trump geralmente visam a proteção da economia americana, incentivando as empresas a manterem operações e empregos nos EUA. Essa postura pode reduzir o fluxo de investimentos estrangeiros, incluindo aqueles que poderiam beneficiar o Brasil. Em Campo Grande, isso se traduz em menos oportunidades para investimentos em tecnologia e inovação, áreas que vinham crescendo e que dependem de parcerias globais. Empresas locais podem ver menos incentivos para expandir e adotar novas tecnologias, limitando o crescimento econômico e o desenvolvimento regional.

3. Relações diplomáticas e imigração

A postura de Trump em relação à imigração é conhecida por ser rígida, o que impacta brasileiros que vivem ou desejam trabalhar nos EUA. Essa política pode afetar famílias campo-grandenses com parentes no país norte-americano, especialmente se houver restrições mais severas. Além disso, a postura de Trump em relação ao Brasil, que nos últimos anos oscilou entre apoio e competição, pode influenciar decisões de cooperação, seja em saúde pública, educação ou outras áreas relevantes para Campo Grande.

4. Meio ambiente e acordos climáticos

O Mato Grosso do Sul, onde Campo Grande é capital, depende muito da preservação ambiental para manter suas atividades econômicas sustentáveis, especialmente no turismo ecológico. No passado, Trump saiu de acordos climáticos globais, como o Acordo de Paris, priorizando o desenvolvimento econômico sobre questões ambientais. Esse posicionamento pode enfraquecer a pressão internacional por conservação, afetando projetos que visem a preservação local e o desenvolvimento sustentável em áreas como o Pantanal, que depende do compromisso global com o meio ambiente.

5. Reflexo na política brasileira

As eleições americanas são observadas de perto por líderes ao redor do mundo, incluindo o Brasil. O estilo assertivo e as políticas de Trump podem influenciar decisões e discursos na política brasileira, com possíveis reflexos em políticas regionais. A relação entre Brasília e Washington tende a impactar temas que afetam Campo Grande, como segurança pública, com políticas que podem influenciar o combate ao tráfico e outras atividades ilegais nas fronteiras.

Fatores Globais, Impactos Locais

Apesar de Campo Grande parecer distante dos centros de decisão globais, as repercussões de uma presidência como a de Trump nos EUA se estendem para cada canto do planeta, inclusive para o Brasil. Do impacto econômico no agronegócio até mudanças em políticas ambientais e diplomáticas, essa vitória pode trazer desafios e ajustes. Ficar atento a essas influências e adaptar estratégias locais pode ajudar Campo Grande a enfrentar as possíveis mudanças que vêm por aí.

Este é um momento para que empresários, líderes locais e a população de Campo Grande fiquem atentos aos desdobramentos internacionais e ajam de maneira estratégica, buscando oportunidades que possam contrabalançar quaisquer impactos negativos e mantendo a cidade resiliente e competitiva.

(*) Cristiane Lang é psicóloga clínica, especialista em Oncologia pelo Instituto de Ensino Albert Einstein de São Paulo. 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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