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Um país sem infraestrutura e apoio para a 5G

Por Carlos Eduardo Sedeh | 07/07/2018 08:43

Constantemente, temos ouvido falar sobre a rede de quinta geração, 5G, e o quanto revolucionará o país. Propagandas publicitárias e especulações têm gerando uma grande expectativa na população em adquirir novos produtos adeptos à futura e promissora tecnologia de transmissão. Mas a verdade é que, nossa infraestrutura não está preparada – nem foi pensada – para isso.

Atualmente, a rede 3G não entrega por completo, em muitos lugares, a taxa de dados de 384 kbps (quilobit por segundo), a 4G ainda é uma questão de "puro marketing", pois não possibilitou uma experiência como deveria acontecer, com robustez. Já a 5G, precisa ser mais eficiente para dar conta, não apenas de uma grande quantidade de dados, mas também de um enorme número de dispositivos conectados simultaneamente.

Mesmo que ações de marketing sejam de extrema importância para o mercado de telecomunicações, é preciso abordar o tema da infraestrutura. O governo deve fomentar um plano diretor para transformar a Internet móvel e fixa. Diminuir os impostos do setor, um dos maiores do mundo, seria um primeiro passo para que operadoras investissem mais em suas próprias redes ou na aquisição de acessos de terceiros. Já a Anatel, deve fomentar parcerias para regular os acessos à preços justos, colaborando para que exista uma infraestrutura de qualidade e alta disponibilidade.

A quinta geração das redes móveis também é tida como a tecnologia primordial para a implementação da IoT (Internet das Coisas) no nosso cotidiano. Fazer aplicações em carros autônomos, pedágios, semáforos, radares inteligentes e tudo que envolve IoT requer uma comunicação de baixa latência com a rede de dados. Nos casos dos veículos, por exemplo, se não houver mais torres instaladas e o carro perder a capacidade de transmissão na rádio base, pode causar uma colisão ou parar no meio da rua.

Todo este contexto provoca uma discussão mais abrangente. A 5G certamente estará presente em regiões mais nobres, mas para o restante do país o serviço não terá uma continuidade. Infelizmente, existe uma falta de entendimento ou interesse neste sentido. Não temos muito para onde correr.

*Carlos Eduardo Sedeh é CEO da Megatelecom, empresa que oferece serviços personalizados na área de telecomunicações.

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